O coordenador do PCP/Madeira, Edgar Silva, afirmou ontem à noite que a Região foi conduzida para uma situação de “insuportável podridão”, realçando que a única forma de saída é através de um novo ato eleitoral.
“A Região foi conduzida para um pântano, para esta situação de uma insuportável podridão. [...] Estes processos corruptivos de descredibilização e de suspeição não só empobreceram em muito a vida democrática, mas conduziram a autonomia para um estado completamente pantanoso e a alternativa tem que ser encontrada, para sairmos desta podridão, através de um ato eleitoral”, defendeu Edgar Silva, em declarações à agência Lusa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu ontem dissolver a Assembleia da Madeira e convocar eleições regionais antecipadas para 26 de maio, depois de ouvir os nove partidos com assento parlamentar e presidir ao Conselho de Estado.
O Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro, depois de o presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, ter pedido a demissão do cargo após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção no arquipélago.
O dirigente comunista reiterou a importância de devolver aos cidadãos “a possibilidade de se encontrar uma alternativa, um novo rumo” para a Região, criticando o Governo Regional e o PAN.
“Quer o Governo da República, quer o Governo Regional do PSD/CDS-PP, tiveram meios financeiros como há muito não acontecia, tiveram uma oportunidade histórica para dar resposta aos problemas mais graves, aos problemas sociais que se vinham a acumular e a agravar, e foram incapazes”, considerou.
Quanto ao cabeça de lista da CDU (coligação que junta PCP e PEV), que atualmente tem um representante no parlamento regional, Edgar Silva disse que “está tudo em aberto” e não adianta se será novamente cabeça de lista nas eleições antecipadas de 26 de maio.
“Agora vamos iniciar todo o processo de preparação do programa de ação e depois naturalmente também na estruturação das listas e isso é trabalho para os próximos dias”, indicou.
Relativamente a acordos com outros partidos, o comunista respondeu que “não faz sentido” estar já “a pensar no pós-eleições”, sublinhando que a prioridade da CDU é promover uma alternativa e romper com o regime “que tem imperado” na Madeira.