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“Sistema público de saúde deve ser tão bom ou melhor que o privado”, defende Albuquerque

Data de publicação
10 Maio 2024
12:31

Teve hoje lugar a sessão de encerramento das Comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro, no Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Na sua intervenção, Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, começou por direcionar a sua atenção na “força” e “dedicação” que todos os profissionais de saúde exercem numa profissão que considerou particularmente “especial” dado o “grande desgaste emocional e físico”.

A este respeito, o chefe do executivo madeirense frisou os desafios que a classe enfrenta. “É necessário trabalharmos em união para atingirmos os objetivos em todas as áreas, mas na saúde é fundamental”, considerou.

Na ocasião, Albuquerque afirmou que a saúde pública é, atualmente, um serviço “muito caro” que, porventura, “irá custar cada vez mais dinheiro”, pelo facto de as pessoas viverem mais tempo e também pelos diagnósticos serem feitos cada vez mais cedo porque a tecnologia tem tido um desenvolvimento “exponencial”.

Por tudo isto, o número um do executivo entende que a primeira reflexão deve ser a “sustentabilidade financeira”. Miguel Albuquerque questionou o público presente na cerimónia sobre uma eventual forma de fazer com que o sistema público de saúde tenha a possibilidade de acompanhar a evolução dos cuidados que são prestados no setor privado.

“Se nós queremos um Estado onde a igualdade de oportunidades, onde os direitos dos cidadãos sejam assegurados de forma equitativa, é fundamental que o sistema público de saúde preste cuidados de saúde tão bons ou melhores que o privado. Senão, vamos ter um sistema dual que não é admissível - pelo menos para mim - com um sistema privado para os ricos e um sistema residual e subsidiado para os que são pobres”, afirmou.

O chefe do executivo madeirense defende que este é um dos desafios que “não pode ser ignorado”, lembrando que 3,5 milhões de portugueses já têm seguros de saúde.

Ademais, na sua intervenção, abordou o valor nos investimentos dos medicamentos no SESARAM e no IASAÚDE que já ultrapassa os 103 milhões de euros, a par dos investimentos relativos aos sistemas técnicos de diagnóstico como forma de acompanhar o sistema privado e dar os cidadãos uma “igualdade de circunstâncias”.

Ainda neste contexto, Albuquerque apontou um terceiro desafio, mormente a capacidade financeira para criar boas condições para os profissionais de saúde.

“Temos um desafio de sustentabilidade financeira que é fundamental”, frisou. Deste modo, entende que a primeira coisa a fazer é “racionalizar o sistema”.

“Há coisas que não são admissíveis. Nós não podemos desperdiçar por ano 18 toneladas de medicamentos comparticipados. Não podemos repetir exames. Não podemos ter desfasamentos no que diz respeito ao orçamento”, aditou.

“Se queremos ter um sistema de saúde público eficaz, que dê respostas, temos de racionalizar o sistema e ter capacidade de compreender que temos de estar focados nos doentes, profissionais e naquilo que é fundamental para financiar o sistema”, acrescentou.

Ainda assim, Albuquerque demonstrou a sua satisfação por ver que o sistema regional segue “um bom caminho”.

“Há uns tipos aí que passam a vida a dizer mal do sistema regional de saúde, mas quando familiares entram cá dentro mandam bilhetes e telefonam a dizer ‘fui muito bem tratado’”, disse.

A finalizar, pediu a colaboração dos profissionais no sentido “garantir que o sistema público continue a ser um serviço de excelência”.

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