‘A Madeirensidade e a Diáspora Madeirense’ foi o mote das Conversas Cruzadas que decorreram esta manhã, na Escola Secundária Francisco Franco, e que contou com a participação de Rui Abreu, o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa.
Um projeto inserido no projeto Khronos com o tema ‘Madeira Além-mar: Raízes e História’, promovido por este estabelecimento de ensino que acolhe alunos de 18 nacionalidades diferentes.
No painel de oradores, para além de Rui Abreu, participaram também a vereadora da Câmara Municipal do Funchal com o Pelouro das Comunidades, Ana Bracamonte, o empresário madeirense, Anacleto Teixeira, e o historiador, Rui Mendonça.
Perante uma plateia de dezenas de professores e alunos, Rui Abreu falou sobre a emigração e o movimento associativo madeirense espalhado pelo mundo, e ainda sobre os cidadãos estrangeiros residentes na Região.
“A ‘Madeirensidade’ existe em todo o mundo. Somos 250 mil na Madeira, mas lá fora somos 1,5 milhões de madeirenses e descendentes de madeirenses. E o que me impressiona mesmo é o movimento associativo da nossa Diáspora, que mantém vivia a chama madeirense nos países de acolhimento”, sublinhou o Diretor Regional.
“É o movimento associativo madeirense que, para além de promover e divulgar a nossa identidade cultural, as nossas tradições e a nossa gastronomia, ainda desempenha um papel social muito importante, através da angariação regular de fundos para dar apoio aos madeirenses que não tiveram tanta sorte e por isso precisam de ajuda”.
O governante com a pasta das Comunidades abordou, igualmente, o tema da interculturalidade na Região e da importância do número crescente de cidadãos estrangeiros que escolheram a Madeira para viver, trabalhar e constituir família.
“Há 40 anos exportávamos mão-de-obra madeirense para vários países porque as pessoas tinham dificuldade em garantir o seu sustento e das famílias. Hoje importamos mão-de-obra para sectores como a hotelaria, a restauração ou a construção civil”, referiu, contabilizando os atuais 14.060 cidadãos estrangeiros com título de residência que vivem na Região, oriundos de 123 países.
Rui Abreu aproveitou a ocasião para falar sobre a importância da plena integração e no dever de bem acolher quem nos procura. “Nós madeirenses um dia tivemos de emigrar e fomos bem-recebidos nos vários países de acolhimento onde criámos Comunidades exemplares. Hoje temos o dever de bem acolher que nos procura. Porque somos todos seres humanos, somos todos iguais. Todos os cidadãos madeirenses e estrangeiros são tratados de forma igual”.