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“Espero que os futuros governos sigam este caminho” de redução da dívida, diz Medina

Data de publicação
01 Fevereiro 2024
15:58

Fernando Medina congratulou-se hoje com a redução do rácio da dívida pública portuguesa abaixo dos 100% e sugeriu ao Governo que sair das eleições de 10 de março que mantenha a trajetória de redução.

O Banco de Portugal revelou hoje que rácio da dívida pública caiu abaixo dos 100% do PIB em 2023, fixando-se em 98,7%, o valor mais baixo desde 2009.

A redução “vai ter um impacto nos juros que os nossos bancos, famílias e empresas pagam” para se financiarem nos mercados internacionais, garantiu Fernando Medina, em reação àquele número.

A dívida pública baixou, não só em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), mas também em valor absoluto: “Devemos hoje menos 9,4 mil milhões de euros do que devíamos em 2022”, disse o ministro das Finanças.

Segundo as contas do Governo, apresentadas numa conferência de imprensa no Salão Nobre do Ministério das Finanças, esta redução de 9,4 mil milhões de euros no endividamento vai permitir ao país libertar e poupar 3,3 mil milhões de euros na próxima década (caso não baixasse a dívida nesse montante e o tivesse de refinanciar nos mercados).

Com isso, “tirámos Portugal dos mais endividados da Europa e hoje temos o país muito mais protegido” contra choques externos, nomeadamente a situação de turbulência que se vive no Médio Oriente e que está a afetar o transporte de mercadoria no Mar Vermelho, apontou Fernando Medina.

O ministro das Finanças diz que os socialistas fizeram “o caminho mais difícil” no esforço de redução da dívida, e aconselha o próximo governo que sair das eleições de 10 de março a seguir o caminho de consolidação das contas públicas: “Espero que os futuros governos sigam este caminho”.

Na mesma conferência, Medina aproveitou para agradecer aos seus antecessores na pasta - Mário Centeno e João Leão - que ajudaram neste caminho de desalavancagem, e deixou ainda uma palavra a António Costa “que definiu este caminho para a redução da dívida” e que segundo Medida deu condições aos seus ministros para o percorrerem.

“Estes resultados dão segurança, estabilidade e previsibilidade no futuro” e “protegem o país de intempéries que todos os dias vemos na televisão”, afiançou.

Confrontado pelos jornalistas com a opção alternativa de fazer uma redução mais suave na dívida pública, de forma a aumentar mais a despesa pública, o responsável pela pasta das Finanças garantiu que “não se deixou de se fazer nada” por se ter reduzido o endividamento a este ritmo.

“Conseguimos [a redução da dívida] com aumento da inflação, com reforço na Saúde, com o reforço da Segurança Social e numa trajetória de crescimento”, explicou.

O Banco de Portugal revelou hoje que rácio da dívida pública caiu abaixo dos 100% do PIB em 2023, fixando-se em 98,7%, o valor mais baixo desde 2009.

O peso da dívida pública no PIB reduziu-se 13,7 pontos percentuais (pp.) face aos 112,4% registados em 2022, ficando abaixo dos 103% oficialmente previstos pelo Governo e atingindo um ano antes o rácio projetado para 2024 (98,9%).

Este é também o rácio mais baixo desde 2009, quando se fixou em 87,8%.

Em termos nominais, a dívida pública, na ótica de Maastricht, diminuiu 9,4 mil milhões de euros em 2023 face a 2022, para 263 mil milhões de euros.

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