A adesão à greve de hoje dos educadores do pré-escolar na Madeira ronda os 80%, embora ainda não estejam contabilizadas todas as escolas, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM).
“Neste momento, ainda não temos o apuramento de todas as escolas, no entanto, os dados que temos são muito claros quanto à adesão enorme dos educadores”, afirmou Francisco Oliveira, a meio da manhã.
O SPM convocou para hoje uma greve de 24 horas de todos os docentes dos estabelecimentos públicos da Região Autónoma da Madeira (RAM) colocados no grupo de recrutamento 100 (docentes do pré-escolar), em protesto pela recusa do Governo Regional (PSD) em definir um calendário escolar que “respeite a prática pedagógica” para as crianças da creche e educação pré-escolar.
O sindicalista lembrou que os educadores “preparam atividades orientadas pedagogicamente com a finalidade de desenvolver as crianças, mas, tal como em outros sítios, as crianças tambem têm de brincar”.
“O jogo livre é fundamental para o crescimento integral das crianças e o calendário que temos não é isso. Não é por acaso que a Região Autónoma da Madeira é a única em que o calendário escolar da educação de infância se prolonga por julho dentro. A nível nacional o máximo [corresponde a] finais de junho”, explicou.
Francisco Oliveira recordou também que os meses de julho e agosto são, para aqueles pais que têm possibilidade, a oportunidade de estarem de férias com os filhos, pelo que as escolas podem dar um contributo social e ficar com as crianças nesse período, sem a realização de aulas.
“Não têm que ser atividades orientadas, [as crianças] podem estar na escola, sob vigilância de adultos, por questões de segurança, mas em jogo livre”, apontou, reiterando não ser “admissível que as crianças comecem no início de setembro e só terminem as atividades escolarizadas em meados de julho”.