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Desenvolvimento da Universidade da Madeira afetada por situação política

Data de publicação
14 Dezembro 2024
16:05

O reitor da Universidade de Madeira, José Sílvio Fernandes, defendeu ser necessário encontrar “mecanismos de governabilidade” na região, salientando que a situação política e perspetiva de queda do Governo Regional afeta o projeto de desenvolvimento estratégico da instituição.

“Espera-se que, apesar de todos os constrangimentos, se venha a poder garantir mecanismos de governabilidade”, disse o responsável da Universidade da Madeira (UMa) à agência Lusa, respondendo por escrito a questões relacionadas com o atual momento político neste arquipélago.

Na passada segunda-feira, todos os partidos da oposição (PS, JPP, Chega, IL e PAN), chumbaram, na generalidade, as propostas de Orçamento e Plano de Investimentos para 2025, do Governo Regional liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, na Assembleia Legislativa da Madeira.

Esta situação representa que o Governo Regional continua em funções, novamente em regime de duodécimos, como aconteceu durante sete meses, após a demissão de Miguel Albuquerque do cargo e a realização de novas eleições, em 26 de setembro.

Mas, na próxima terça-feira está também agendada no parlamento madeirense a discussão e votação de uma censura ao executivo madeirense, apresentada pelo Chega.

Este partido justificou a iniciativa com os processos judiciais que colocaram sob suspeita o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, e quatro outros secretários regionais, constituídos arguidos em casos distintos.

Esta moção tem aprovação anunciada, isto caso os partidos da oposição mantenham a posição divulgada de votar a favor, o que representa a queda do XV Governo Regional, que tomou posse a 06 de junho deste ano, e coloca no cenário novas eleições legislativas antecipadas.

A contcretizar-se este cenário, será a primeira vez que um Governo Regional do PSD, partido que governa o arquipélago há quase 50 anos, é derrubado por uma moção de censura.

Para o reitor, “como em qualquer outra Região ou País, uma situação política semelhante a esta pode ser entendida de diferentes pontos de vista” e “a Universidade, como espaço plural, deve posicionar-se no sentido de avaliar as consequências e de prever a eventual compensação dessas consequências, pelo menos a médio prazo”.

No seu entender, “é importante para todos que o sistema democrático funcione e, no contexto desse funcionamento, encontre as soluções adequadas para garantir a estabilidade e previsibilidade de medidas e de soluções para os problemas que se colocam no quotidiano da vida pública”.

Para José Sílvio Fernandes, “é difícil avaliar o impacto de uma situação política como esta numa comunidade tão variada e multifacetada como é a da UMa”.

O responsável admite que esta situação afeta projetos da universidade, apontando que “existem em curso conversações no sentido de virem a ser celebrados vários protocolos”.

Enunciou o relacionado com o apoio à consolidação do curso de Medicina, e sua extensão ao quarto ano, previsivelmente a partir de 2026/27; o reforço da formação na área de Informática, para responder à crescente procura de especialistas em subáreas como a Inteligência Artificial, a Ciência de Dados e a Cibersegurança e o relativo ao apoio à formação para a docência, para ser implementada a partir de 2026/27, em áreas com grande carência na Região.

“Os prazos de implementação destes projetos estão sujeitos ao calendário de submissão e respetiva aprovação pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES)”, adiantou, complementando que há ainda “o projeto de ampliação do edifício do ex-CITMA, para acolher o ensino politécnico, projeto que visa satisfazer uma das exigências da A3ES, aquando da avaliação institucional da UMa”.

Mas, complementou, “à parte estes projetos para a melhoria da resposta a necessidades do meio envolvente, há uma razão superior que ultrapassa a situação política atual”, enfatizou.

O reitor destacou que a Universidade da Madeira continua à espera de ver o poder político “valorizar um projeto de desenvolvimento estratégico (que é um investimento na Madeira e para a Madeira), especialmente orientado para aumentar o impacto” da Universidade, como fator de desenvolvimento sociocultural, económico, científico e tecnológico.

Por isso, reforçou, “as forças políticas da Região têm de se unir para a plena execução deste desígnio maior da Madeira”, reforçando que “por cada euro de investimento na sua Universidade a Região terá um retorno muito elevado em talento, quadros especializados e desenvolvimento”.

“Nenhuma região desenvolvida conseguiu esse estatuto sem investimento no

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