Francisco Teixeira e Cristian Júnior foram os primeiros classificados no Prémio de Valorização do Artesanato (PVA), respetivamente, nas categorias tradicional e contemporâneo.
Conquistaram o público votante com peças inspiradas na Laurissilva, tema da edição deste ano do concurso alusivo aos 25 anos de elevação da floresta endémica da Madeira a Património da Humanidade.
Os prémios foram entregues esta tarde, com a presença de Miguel Albuquerque, nas instalações dos Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), na Rua dos Ferreiros. A edição deste ano contou com 23 peças, elaboradas por 21 artesãos com certificação reconhecida pelo Instituto.
O presidente do Governo Regional deu os parabéns a todos os participantes, em especial aos vencedores, pelo empenho e vocação pelas artes e agradeceu também pelo facto de contribuírem para o esforço de valorização e melhoria do artesanato regional. A votação do público, “ainda que sempre questionável”, referiu, é, na opinião de Miguel Albuquerque uma forma de participação de valor.
Tiago Freitas, presidente do IVBAM, sublinhou a adesão ao concurso, e, sobretudo, a qualidade “significativa” evidenciada nesta que foi a terceira edição do PVA. Como curiosidade, destacou o facto de algumas das peças já terem sido vendidas.
Sobre o apoio que tem sido dado aos artesãos, explicou que o prémio se enquadra nesse objetivo. Junta também, a oportunidade que tem sido dada aos artesãos de participarem em certames, no país e no estrangeiro, onde podem dar a conhecer os seus trabalhos.
O PVAR contempla duas vertentes de Valorização do Artesanato, o Tradicional e o Contemporâneo, atribuindo, desta forma, 3 prémios pecuniários aos 3 vencedores de cada vertente, na seguinte ordem: 1.º prémio: 1.000,00€; 2.º: 600,00€; 3.º: 400,00€.
No Coração da Floresta
Com uma peça de cerâmica intitulada ‘No Coração da Floresta’, Francisco Teixeira, ganhou o primeiro lugar na vertente tradicional, distinção que obteve também no ano passado. Professor de informática, oriundo do Norte do país, criou uma peça que “representa a mescla entre o Ser humano e a natureza”, onde não falta a levada, o levadeiro, o bis-bis, as plantas e até uma lagartixa. Barro, água, primário, tintas acrílicas, verniz e madeira, são os materiais usados.
‘Laurus Umbra’
Cristian Júnior conquistou o primeiro lugar na vertente de artesanato contemporâneo, com a peça ‘Laurus Umbra’. Inspirou-se numa frase lida num livro sobre a Laurissilva, descrita como “fonte de energia onde nada se perde”. Formado em design, dedica-se agora ao artesanato. Reconhece que, para já, são mais os estrangeiros que têm valorizado este tipo de trabalhos, provavelmente, porque têm mais poder de comprar.
Outros prémios
Na categoria tradicional, o segundo lugar foi para Maria José Spínola, com o trabalho de tecelagem ‘A Essência da Floresta’ e o terceiro para Carmen Martinez, com um conjunto de trabalhos em cerâmica.
Na categoria contemporâneo, o segundo lugar foi para Manuel Vieira, com o trabalho, também de cerâmica, ‘Floresta Mágica’, e o terceiro para Ana Paula Gomes, com a peça cerâmica ‘Floresta Ferida’, que, segundo a autora, é “um apelo à conservação da Laurissilva para que mantenha o seu equilíbrio”.