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Cerca de 300 soldados birmaneses fogem para Índia após vitória de rebeldes

Data de publicação
19 Janeiro 2024
10:44

Cerca de 300 soldados birmaneses cruzaram a fronteira com a Índia para fugir do avanço das forças rebeldes que lutam contra os militares no poder em Myanmar (ex-Birmânia), declarou hoje um oficial paramilitar indiano.

Um total de 276 soldados a carregar as suas armas e munições chegaram à aldeia de Bondukbangsora, no estado indiano de Mizoram, disse à agência de notícias AFP um oficial da força paramilitar Assam Rifles.

“Nós os acomodamos no nosso acampamento”, disse o paramilitar indiano, acrescentando que os soldados birmaneses estão a receber “todo o apoio de que precisam”.

O oficial indiano afirmou que a sua unidade estava a recolher dados biométricos dos soldados birmaneses e pediu permissão ao Ministério da Defesa, em Nova Delhi, para enviar os militares de volta para Myanmar.

Dois aviões militares de Myanmar chegaram a Aizawl, capital do estado de Mizoram, para recolher e repatriar soldados que se retiraram do conflito.

Os confrontos armados têm ocorrido em algumas regiões birmanesas próximas da fronteira indiana (oeste) desde que o grupo rebelde Exército Arakan lançou uma grande operação contra as forças de segurança de Myanmar em novembro, infligindo derrotas ao exército birmanês – que está no poder desde um golpe de Estado em 2021.

Esta ofensiva colocou um fim no cessar-fogo amplamente respeitado nesta região desde o golpe militar.

O Exército Arakan - o braço armado do movimento étnico minoritário do estado de Rakhine - declarou no domingo que capturou a cidade de Paletwa, no estado de Chin, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com o Bangladesh, e seis bases militares próximas do estado indiano de Mizoram, onde os soldados cruzaram hoje a fronteira.

Em outubro, uma aliança entre o Exército Arakan e dois outros grupos étnicos minoritários lançou uma ofensiva conjunta contra a junta no estado de Shan, capturando cidades e apoderando-se de centros de comércio vitais na fronteira chinesa (norte).

Na semana passada, a aliança anunciou um cessar-fogo liderado pela China na região, após meses de conflito que representava a maior ameaça à junta desde que assumiu o poder.

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