O novo primeiro-ministro francês será nomeado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, na sexta-feira de manhã, anunciou hoje a Presidência, que havia agendado a nomeação para esta noite.
“O comunicado de imprensa com a nomeação do primeiro-ministro será publicado amanhã (sexta-feira) de manhã”, informou a comitiva do Presidente francês, que acabou de aterrar perto de Paris no regresso de uma visita à Polónia, cujo programa foi “encurtado” para chegar mais cedo à capital francesa.
Na terça-feira, Emmanuel Macron anunciou que pretendia nomear alguém para o cargo “dentro de 48 horas”, após a moção de censura e demissão do primeiro-ministro conservador Michel Barnier no dia 04 de dezembro.
Nos últimos dias, o Presidente francês tentou fazer com que o futuro Governo beneficiasse de um “pacto de não-censura” do Partido Socialista, em particular, e até dos Ecologistas, ambos membros da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que exigem um primeiro-ministro de esquerda e ameaçam derrubar nomes de outras forças políticas.
Vários nomes estão a ser avançados pelos ‘media’ como potenciais candidatos à liderança do executivo, sedo um dos favoritos François Bayrou, aliado centrista de Macron e com quem o chefe de Estado já se reuniu duas vezes desde a queda do executivo.
Segundo a imprensa francesa, em cima da mesa estão também os nomes de Bernard Cazeneuve, antigo primeiro-ministro de François Hollande, de Catherine Vautrin, ministra conservadora dos Territórios e Descentralização, de Sébastien Lecornu, ministro conservador da Defesa e de Roland Lescure, o ministro macronista da Indústria.
Macron tem a difícil tarefa de procurar um acordo para ultrapassar o anterior governo e aprovar um orçamento, num cenário político fragmentado entre três blocos: esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita da União Nacional (RN).
O primeiro-ministro a nomear na sexta-feira por Macron será o quarto este ano, na sequência de Elisabeth Borne (até 09 de janeiro), Gabriel Attal (até ao início de setembro) e Michel Barnier, que assumiu o cargo após mais de dois meses de negociações na sequência das eleições legislativas antecipadas de julho.
O executivo de Michel Barnier foi derrubado por uma moção de censura que deixou o país sem orçamento para 2025.
Hoje registaram-se cerca de 130 manifestações por toda a França, com pouca adesão, convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), União Sindical dos Trabalhadores (Solidaires) e a Federação Sindical Unitária (FSU), “pelo emprego e pela indústria” em resposta a uma vaga de despedimentos.
É “um dia de convergência com a greve dos trabalhadores ferroviários contra o desmantelamento do transporte ferroviário de mercadorias e a greve dos funcionários públicos, que exigem um orçamento que responda às suas necessidades” e “um governo que finalmente responda à emergência social”, disse Sophie Binet, secretária-geral da segunda maior confederação sindical, a CGT, à agência France-Presse.