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Governo britânico mantém-se “em alerta” apesar de “desanuviamento” após motins

Data de publicação
12 Agosto 2024
16:10

O Governo britânico saudou hoje o “desanuviamento” verificado no fim de semana, após os motins de anti-imigração que abalaram o Reino Unido durante uma semana, mas assegurou continuar “em alerta” para impedir um ressurgimento dos distúrbios.

“Regozijamo-nos com o desanuviamento ocorrido no fim de semana”, declarou uma porta-voz do primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, para logo acrescentar, contudo, que “o trabalho [do Governo] não estará concluído enquanto as pessoas não se sentirem em segurança nas suas comunidades”.

“Não queremos dar-nos por satisfeitos [com este regresso à calma desde há alguns dias] e continuamos em alerta”, sublinhou a porta-voz à comunicação social, anunciando que o primeiro-ministro britânico cancelou as suas férias para assegurar que o Governo responde aos distúrbios da semana passada no país e também para lidar com a crise no Médio Oriente.

No sábado, milhares de britânicos participaram em novas manifestações antirracistas em várias cidades, para condenar a violência xenófoba e islamófoba da semana anterior no país.

Os motins anti-imigração, os piores registados no Reino Unido desde 2011, ocorreram em várias cidades de Inglaterra e da Irlanda do Norte, onde grupos de extrema-direita atiraram garrafas, pedras e latas contra agentes da autoridade, atacaram mesquitas e incendiaram um hotel que albergava requerentes de asilo.

Foram desencadeados por um ataque com arma branca que vitimou três raparigas, a 29 de julho, em Southport (noroeste de Inglaterra), alimentados por rumores nas redes sociais, entretanto parcialmente desmentidos, sobre a nacionalidade do suspeito, um adolescente de 17 anos britânico, de ascendência ruandesa.

Os últimos grandes confrontos entre a polícia e os revoltosos em Inglaterra registaram-se na segunda-feira passada, atribuindo as autoridades esta acalmia à resposta judicial muito firme do novo Governo trabalhista, no poder desde o início de julho no Reino Unido.

Hoje, Downing Street (residência oficial do primeiro-ministro britânico) congratulou-se com esta “resposta rápida do sistema judicial”, que permitiu “no espaço de alguns dias deter, indiciar, condenar e encarcerar criminosos”.

No total, mais de 900 detenções, 460 acusações e primeiras condenações a prisão efetiva para desordeiros e publicações ‘online’ que incitaram à violência ocorreram nos dias seguintes.

Um rapaz de 12 anos tornou-se hoje a pessoa mais nova indiciada por vandalismo, no seu caso por ter arremessado um objeto a agentes da polícia, noticiou a estação de televisão pública BBC.

O rapaz, cuja identidade não foi revelada, compareceu num tribunal de menores em Liverpool e foi libertado sob fiança enquanto aguarda a leitura da sentença, agendada para 17 de setembro.

Quanto à crise no Médio Oriente, Starmer juntou-se hoje a França e à Alemanha para instar o Irão e os seus aliados a absterem-se de ataques que “possam agravar ainda mais as tensões” na região.

Num comunicado conjunto hoje divulgado, Starmer, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, saudaram “o trabalho incansável” de mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos para alcançar um acordo que conduza a um cessar-fogo e à libertação de reféns na Faixa de Gaza.

As tensões na região aumentaram no sábado, na sequência do bombardeamento israelita da escola al-Tabain, na cidade de Gaza, que matou pelo menos 93 palestinianos

O exército israelita alegou hoje ter identificado “até ao momento 31” combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, dois movimentos armados da Faixa de Gaza, “eliminados” no ataque de sábado a uma escola que albergava deslocados, provocando protestos internacionais.

O exército, que no sábado divulgou os nomes e as fotografias de 19 homens que descreveu como combatentes destes dois movimentos palestinianos, emitiu um novo comunicado com mais 12 nomes e fotografias.

Esta situação veio somar-se ao assassínio do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, num atentado em Teerão, cuja responsabilidade Israel não reivindicou nem negou, como acontece frequentemente em casos que envolvem o Irão.

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