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Governo provisório do Bangladesh quer acabar com ataques contra minorias religiosas

Data de publicação
11 Agosto 2024
19:11

O novo governo provisório do Bangladesh, liderado pelo Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, manifestou hoje “grande preocupação” com relatos de ataques a minorias religiosas nas últimas semanas, prometendo acabar com estes atos “hediondos”.

Depois de a primeira-ministra, Sheik Hasina, ter fugido para o estrangeiro na segunda-feira, pondo fim a 15 anos de governo autocrático, houve relatos generalizados de violência contra casas, templos e empresas hindus.

Esta minoria religiosa, a maior deste país do sul da Ásia com 170 milhões de habitantes, a maioria dos quais são muçulmanos, é vista como dando um apoio inabalável à Liga Awami, o partido de Hasina.

O governo provisório, formado na quinta-feira e encarregado de conduzir as reformas democráticas no Bangladesh, afirmou hoje: “Os ataques contra as minorias religiosas em alguns locais foram registados com grande preocupação”.

No comunicado é acrescentado que os seus membros, cada um com o título de “conselheiro”, reunir-se-ão para “encontrar formas de pôr termo a estes ataques hediondos”.

O texto divulgado hoje enumera uma série de outras prioridades urgentes.

O governo ordenou que fosse dado “apoio” às famílias dos manifestantes mortos durante as semanas de ações de protesto que levaram à saída da primeira-ministra que fugiu do país na segunda-feira.

Além disso, serão afetados fundos públicos para pagar os cuidados a prestar aos feridos durante a agitação, que começou no início de julho e já fez mais de 450 mortos.

O governo também prometeu reabrir o metro da capital, Daca, até ao final da semana.

O novo executivo anunciou ainda que nomeará em breve um novo governador do banco central para substituir o atual, leal a Hasina.

No início do dia, o novo presidente do Supremo Tribunal, Syed Refaat Ahmed, tomou posse, depois da demissão, na véspera, do seu antecessor, outro aliado do chefe do governo deposto.

Obaidul Hassan tinha-se demitido no sábado, afirmando que “já não era possível” exercer as suas funções, após um ultimato dos manifestantes, alguns dos quais se tinham reunido em frente ao edifício que alberga o tribunal. O chefe da polícia também foi demitido.

Entretanto, o histórico líder da oposição do Bangladesh, Salahuddin Ahmed, regressou a casa hoje, após nove anos de exílio na Índia, devido à perseguição política movida pela ex-primeira-ministra.

Na quinta-feira, o economista Muhammad Yunus, 84 anos, sucedeu a Sheikh Hasina, 76 anos.

Os protestos no Bangladesh foram desencadeados pela reintrodução de um sistema que reserva quase um terço dos empregos na função pública aos descendentes dos veteranos da guerra da independência.

As organizações de defesa dos direitos humanos acusaram o antigo governo de utilizar as suas instituições para consolidar o poder e erradicar qualquer dissidência.

Numa entrevista à agência AFP, o filho de Hasina alertou para a possibilidade de um “caos” se as eleições não se realizarem em breve.

“Neste momento, no Bangladesh, é o governo da multidão”, disse Sajeeb Wazed Joy, 53 anos, antigo conselheiro da sua mãe, a partir de Washington, onde vive, descrevendo o governo provisório como “impotente”.

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