O secretário-geral da ONU, António Guterres, “lamenta profundamente” o recomeço das operações militares em Gaza após vários dias de tréguas, numa mensagem publicada hoje na rede social X (antigo Twitter).
”Ainda tenho esperança de que seja possível renovar a pausa que tinha sido estabelecida. O recomeço das hostilidades só vem demonstrar a importância de um verdadeiro cessar-fogo humanitário”, acrescentou António Guterres, algumas horas depois de o exército israelita ter retomado os bombardeamentos na Faixa de Gaza.
Os militares israelitas anunciaram o reinício dos combates meia hora após a trégua entre os dois lados do conflito ter expirado, às 07:00 locais (05:00 em Lisboa).
O exército israelita acusou o Hamas de ter quebrado o cessar-fogo e anunciou a retoma dos combates.
”O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra território israelita. As Forças de Defesa de Israel [IDF, na sigla em inglês] retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”, declarou o exército em comunicado.
Em consequência do reinício dos combates, seis palestinianos foram mortos esta manhã num ataque aéreo israelita a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, declarou o Ministério da Saúde do movimento islamita Hamas.
Além disso, duas crianças foram mortas em ataques aéreos na cidade de Gaza, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Fadel Naïm, médico do hospital Ahli Arab.
Ataques aéreos de Israel atingiram o sul do enclave, incluindo a comunidade de Abassan, a leste da cidade de Khan Younis, anunciou ainda o Ministério do Interior do território governado pelo Hamas desde 2007.
Um outro ataque atingiu uma casa a noroeste da cidade de Gaza, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).
Esta manhã, ouviram-se fortes e contínuas explosões na Faixa de Gaza, com fumo negro a espalhar-se pelo território, continuou a agência norte-americana.
Em Israel, as sirenes soaram em três quintas comunitárias perto da Faixa de Gaza, alertando para o lançamento de foguetes, referiu ainda a AP, apontando que este é um sinal de que também o Hamas terá retomado os ataques.
A interrupção dos combates tinha começado há uma semana, em 24 de novembro, inicialmente durante quatro dias, até ter sido prolongada com a ajuda do Qatar e do Egito, países mediadores.
Durante a trégua, o Hamas e outros militantes de Gaza libertaram mais de 100 reféns, a maioria israelitas, em troca de 240 palestinianos detidos em prisões de Israel.
O grupo islamita realizou um ataque surpresa contra Israel em 07 de outubro, causando 1.200 mortos e mais de 200 reféns, que levou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a declarar guerra ao Hamas e a lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza que já custou a vida a mais de 15 mil pessoas.