Pelo menos 19 pessoas morreram na passada sexta-feira num naufrágio no rio M’Poko, perto da capital da República Centro-Africana (RCA), Bangui, adiantou hoje o exército centro-africano.
“Fomos alertados para a tragédia. Imediatamente o nosso serviço foi acionado e resgatámos algumas pessoas. Infelizmente, até ao momento, registámos 19 cadáveres e estamos a transferir várias pessoas que necessitam de tratamento médico para um hospital”, disse à EFE Arthur Bissi, comandante do batalhão anfíbio do exército centro-africano.
De acordo com Christian Aimé Ndotah, um jornalista que testemunhou o incidente, o barco parecia estar demasiado cheio de passageiros.
“Apenas cinco minutos depois de partir, ouviu-se um estalido e as pessoas começaram a saltar para a água”, disse à EFE , acrescentando: “O barco partiu-se e afundou-se imediatamente. Algumas pessoas nadaram para escapar, mas muitas não sabiam. Quantas pessoas estavam lá...? Talvez mais de 300”.
O porta-voz do governo da RCA, Maxime Balalu, disse à agência espanhola que será emitida uma declaração oficial sobre o naufrágio, depois de as autoridades terem sido imediatamente criticadas pela oposição pela sua inação para evitar este tipo de incidentes.
O rio M’Poko é um afluente do rio Oubangui, que por sua vez desagua no rio Congo.
O afundamento de embarcações é relativamente frequente na bacia do Congo porque os rios e os lagos são utilizados diariamente como vias de transporte em países com poucas infraestruturas e florestas densas.
As embarcações, muitas vezes precárias, estão frequentemente demasiado carregadas e a sinalização é quase inexistente.
Além disso, a violência sistémica persiste na RCA desde finais de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes do nordeste de maioria muçulmana - a Séléka - tomou Bangui e derrubou o Presidente François Bozizé, dando início a uma guerra civil sangrenta.
Embora o atual presidente, Faustin Archange Touadéra, tenha declarado um cessar-fogo unilateral em outubro de 2021, com o objetivo de facilitar o diálogo nacional, grande parte do país - rico em diamantes, urânio e ouro - continua a ser controlado por milícias.