A presidente e os líderes dos grupos políticos do Parlamento Europeu (PE) defenderam hoje uma “investigação internacional independente” às circunstâncias da morte do opositor russo Alexei Navalny, atribuindo “responsabilidade total por este assassínio” ao Presidente russo, Vladimir Putin.
“A responsabilidade total por este assassínio cabe ao Estado russo e ao seu Presidente Vladimir Putin em particular. (...) Exigimos uma investigação internacional e independente sobre as circunstâncias exatas da morte de Alexei Navalny”, afirmam a líder da assembleia europeia, Roberta Metsola, e os responsáveis pelos partidos políticos numa declaração hoje divulgada.
Vincando que “a verdade deve ser dita”, estes presidentes do Parlamento Europeu sublinham que “a responsabilização deve ser assegurada e a justiça deve ser feita”.
Além disso, “exigimos que o corpo de Alexei Navalny seja imediatamente devolvido à sua família”, referem os representantes, adiantando que “qualquer atraso adicional aumenta ainda mais a responsabilidade das autoridades russas pela morte”.
A posição surge após uma reunião dos presidentes do Parlamento Europeu e no dia em que os embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia (UE) chegaram a acordo sobre um novo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, o 13.º, que será oficialmente adotado no sábado, quando se assinalam dois anos de guerra.
“Congratulamo-nos com o recente 13.º pacote de sanções adotado pelo Conselho. Para honrar o legado de Alexei Navalny, devemos apoiar a sociedade civil russa independente e a oposição democrática, apelando continuamente à libertação de todos os presos políticos”, afirmam ainda.
Alexei Anatolievitch Navalny, 47 anos, cuja morte foi anunciada na sexta-feira, era o principal opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin.
Em 2021, Alexei Navalny recebeu o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu para a Liberdade de Pensamento, o maior tributo prestado pela UE ao trabalho desenvolvido em prol dos direitos humanos.
Navalny morreu numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizaram Putin pela sua morte, uma alegação rejeitada pelo Kremlin (presidência russa).