A conta na rede social X de Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny, foi hoje encerrada por alegada violação das regras de utilização e reaberta uma hora depois sem explicações.
Yulia Navalnaya criou a sua conta na segunda-feira, após anunciar que estava a continuar a luta política do marido, que morreu na sexta-feira numa prisão russa.
A viúva do destacado opositor publicou um vídeo na segunda-feira acusando o Presidente russo, Vladimir Putin, de ter matado Alexei Navalny.
Mas depois, quando se tentava abrir a conta, que reuniu quase 100 mil seguidores em 24 horas, surgia a mensagem de que tinha sido suspensa por violação das regras da rede social, sem mais detalhes.
Antes da suspensão, Yulia Navalnaya tinha publicado também um vídeo da mãe do opositor, no qual exigia que o Vladimir Putin lhe entregue o corpo do filho.
Numa nova entrada, publicada hoje manhã, a viúva do opositor russo também pediu às autoridades que entregassem o corpo do seu marido.
“Devolva o corpo de Alexei e deixe-o ser enterrado com dignidade, não impeça as pessoas de se despedirem dele”, dizia o texto.
Yulia Navalnya também afirmou que não se importava com os comentários do Kremlin, que considerou como “grosseiras e totalmente infundadas”as suas acusações responsabilizando Putin pela morte do marido.
Antes de a conta ser reaberta, a equipa do opositor russo pediu a Elon Musk, o proprietário da plataforma, que “explicasse exatamente quais as regras que foram violadas” por Yulia Navalnya.
Segundo a OVD-Info, organização que protege os direitos dos prisioneiros na Rússia, quase 70 mil pessoas já assinaram uma petição para que as autoridades entreguem o corpo à família.
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, Vladimir Putin, morreu na sexta-feira aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizaram Putin pela sua morte, uma alegação rejeitada pelo Kremlin.
Elon Musk foi envolvido há cerca de uma semana em controvérsia quando as autoridades ucranianas afirmaram que as forças russas na Ucrânia estavam a utilizar o serviço de acesso à Internet por satélite Starlink, propriedade do multimilionário de origem sul-africano naturalizado norte-americano, acusações entretanto recusadas por Moscovo e pela empresa e, logo depois, reiteradas por Kiev.
A Starlink é uma rede constituída por dois mil pequenos satélites de baixa altitude ligados a terminais terrestres que geram acesso sem fios à Internet.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, há dois anos, a empresa de Elon Musk, SpaceX, entregou a Kiev vários milhares de terminais.
Esta rede é essencial para as comunicações do Exército ucraniano.
Atualmente as relações entre a Ucrânia e Elon Musk são complexas: Kiev agradeceu a instalação dos satélites mas depois demonstrou indignação quando o empresário sugeriu que o país devia ceder território à Rússia para alcançar a paz.