O ex-presidente norte-americano Donald Trump reagiu hoje à morte de Alexei Navalny, opositor do regime russo, mas sem mencionar o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, alvo de críticas internacionais pelo possível envolvimento do Kremlin (presidência) no caso.
“A súbita morte de Alexei Navalny tornou-me cada vez mais consciente do que está a acontecer no nosso país. É uma progressão lenta e constante, com políticos, procuradores e juízes de esquerda corruptos e radicais a conduzir-nos pelo caminho da destruição”, disse Trump, que deseja regressar à Casa Branca e procura a nomeação republicana para concorrer às eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para novembro deste ano.
Para Trump, “fronteiras abertas, eleições fraudulentas e decisões judiciais manifestamente injustas estão a destruir” os Estados Unidos.
E acrescentou: “Somos uma nação em declínio, uma nação falhada!”.
Nestas declarações, Trump nunca mencionou o nome de Putin, que na semana passada afirmou preferir Joe Biden na Casa Branca por ser “um político da velha guarda” e “mais experiente e previsível”, apesar de assumir posições mais próximas do candidato Republicano.
No entanto, o chefe de Estado russo garantiu nas mesmas declarações que irá trabalhar “com qualquer líder em quem o povo americano confie”.
A reação de Trump à morte de Navalny acontece depois de a candidata à nomeação republicana para as presidenciais norte-americanas Nikki Haley ter criticado o seu silêncio, na rede social X (antigo Twitter), e depois de o antigo governante ter dito que retiraria apoio aos países que falhassem compromissos na NATO.
Na mesma rede social, Haley apontou o dedo a Vladimir Putin, acusando-o como responsável pela morte do seu opositor e aludiu ainda ao apoio de Trump ao líder russo.
“Putin assassinou o seu adversário político e Trump não disse uma palavra depois de dizer que encorajaria Putin a invadir os nossos aliados. No entanto, publicou mais de 20 vezes nas redes sociais sobre o seu drama jurídico e as suas falsas sondagens”, escreveu.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais opositores de Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou hoje que a investigação sobre a morte de Navalny está “em curso”, numa altura em que a família ainda não teve acesso ao corpo do opositor.