Os serviços penitenciários russos (FSIN) admitiram hoje que o líder da oposição Alexei Navalny foi transferido da prisão onde cumpria pena, mas não especificaram o seu novo destino.
”Navalny foi transferido da instituição penitenciária localizada no território da região de Vladimir”, diz o relatório do FSIN, de acordo com o portal noticioso russo Sota.
O relatório foi lido durante a audiência do tribunal sobre a queixa de Navalny contra a administração da prisão número 6 de Vladimir, onde está detido desde junho de 2022.
O FSIN explica que o líder da oposição russa deixou a prisão “em virtude da decisão proferida pelo Tribunal da Cidade de Moscovo a 04 de agosto”, que incluía uma pena de 19 anos por extremismo.
”A chegada de Navalny [ao seu novo destino] será comunicada no âmbito da legislação em vigor”, acrescenta.
Os advogados de Navalny, que não têm contacto com o seu cliente desde 05 deste mês, afirmam que este deixou a prisão na segunda-feira, dia em que os colaboradores do líder oposicionista, que cumpre uma pena de prisão de quase 30 anos, deram o alarme e lançaram a campanha global “Onde está Navalny?”.
Segundo alguns membros da equipa de Navalny, o líder da oposição terá sido transferido para uma nova prisão depois de ter anunciado uma campanha contra a reeleição do Presidente russo, Vladimir Putin.
O processo de transferência pode demorar semanas, período durante o qual o prisioneiro é frequentemente mantido incomunicável.
Tanto a União Europeia (UE) como a organização de defesa e promoção dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) manifestaram preocupação com o destino de Navalny, cujo paradeiro não foi questionado quinta-feira por jornalistas ou membros do público, durante a primeira grande conferência de imprensa de Putin desde o início da guerra na Ucrânia.
A 07 de dezembro, Navalny apelou, a partir da prisão, a um voto contra o líder do Kremlin nas eleições de 17 de março de 2024.
Navalny anunciou igualmente o lançamento de um portal na Internet – neputin.org – em que apela aos russos para que apoiem qualquer candidato presidencial, exceto o atual chefe do Kremlin.
Um dia após o respetivo lançamento, o portal foi bloqueado.