Um ataque atribuído por Moscovo ao exército ucraniano fez hoje 14 mortos, entre eles duas crianças, e 108 feridos em Belgorod, cidade próxima da fronteira, segundo um relatório do Ministério russo das Situações de Emergência.
”De acordo com as últimas informações, 12 adultos e duas crianças morreram em Belgorod. Além disso, 108 pessoas, incluindo 15 crianças, ficaram feridas”, escreveu na rede social Telegram.
O Ministério da Defesa russo garantiu, na mesma rede social, que o ataque mortal a Belgorod não ficará “impune”, culpando o exército ucraniano.
”Este ataque não ficará impune”, afirmou o Ministério no Telegram, indicando que conseguiu intercetar dois mísseis e “a maioria” dos foguetes lançados contra a cidade.
O Presidente russo, Vladimir Putin, foi “informado” do ataque contra “zonas residenciais” da cidade, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo as agências noticiosas russas.
Na sequência do novo balanço, a Rússia anunciou que pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU: “Solicitámos uma reunião do Conselho de Segurança sobre Belgorod para as 15:00, hora de Nova Iorque”, ou seja, às 20:00 GMT (mesma hora em Lisboa), escreveu o embaixador adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitri Polianski, na rede social Telegram.
Anteriormente, os governadores locais das regiões russas de Belgorod e de Bryansk tinham indicado, na mesma rede social, quatro mortos, entre eles três crianças, e um número indeterminado de feridos.
Os ataques do exército ucraniano acontecem um dia depois de ataques em massa da Rússia contra várias cidades em toda a Ucrânia, incluindo a capital, terem provocado a morte de pelo menos 39 pessoas e feito mais de 160 feridos, indicou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais, após um balanço inicial de trinta mortos.
Este ataque foi “o maior em termos de vítimas civis”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, que declarou um “dia de luto” para o dia 01 de janeiro de 2024.
Os ataques russos de sexta-feira provocaram uma forte condenação internacional, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, a pronunciar-se contra os “terríveis ataques”.
Hoje, Volodymyr Zelensky lançou um novo apelo aos seus aliados, insistindo que armar a Ucrânia é “uma forma de proteger vidas”: “Todas as manifestações de terror russo provam que não podemos esperar para prestar assistência aos que estão a lutar”, defendeu.
”Cerca de 120 cidades e aldeias foram atingidas”, afirmou, acrescentando que as operações de busca continuam.
Só em Kiev, pelo menos 16 pessoas foram mortas na sexta-feira, de acordo com a administração local.
A vaga de ataques, uma das mais violentas desde o início da guerra, há quase dois anos, teve como alvo edifícios, uma maternidade e um centro comercial, bem como infraestruturas industriais e militares.
Os corpos ainda estavam a ser retirados dos escombros, hoje, nesta cidade, onde os ataques mortais se tornaram mais raros nos últimos meses.
Washington acaba de disponibilizar uma nova tranche de 250 milhões de dólares, a última sem uma nova votação no Congresso, que atualmente se recusa a atribuir mais ajuda.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.