Seis mineiros que tinham ficado presos numa pedreira devido ao sismo que atingiu Taiwan na quarta-feira foram hoje resgatados por equipas que ainda procuram 101 pessoas retidas em túneis ou em zonas montanhosas isoladas.
A autoridade de proteção civil de Taiwan divulgou um vídeo de um helicóptero a realizar duas missões para resgatar seis trabalhadores de uma pedreira de gesso em Hejen, na região de Hualien, no leste da ilha, perto do epicentro do sismo.
Cerca de 65 pessoas permanecem retidas nas áreas mineiras de Hualien, embora ainda não tenha sido possível determinar se estavam dentro ou fora das minas no momento do sismo.
De acordo com um novo balanço divulgado pelas autoridades, o sismo de magnitude 7,4 na escala de Richter, o mais poderoso a atingir Taiwan em 25 anos, causou pelo menos nove mortes e deixou 1.050 feridos.
O anterior balanço provisório já mencionava nove vítimas mortais, mais de 900 feridos e mais de uma centena de desaparecidos.
As autoridades de Taiwan estão em contacto com 101 pessoas presas em túneis ou zonas montanhosas isoladas da área montanhosa, mas não conseguem comunicar com outras 46 pessoas.
Um grupo de 47 funcionários de hotéis e 24 turistas permanece preso junto a uma caverna no Parque Nacional Taroko, embora imagens de drones sugiram que a maioria está fora de perigo.
“Espero que possamos usar o tempo que temos hoje para encontrar todas as pessoas presas ou desaparecidas e ajudá-las a recuperar”, disse o primeiro-ministro Chen Chien-jen, após uma reunião num centro de saúde em Hualien.
A ilha foi abalada por mais de 300 réplicas desde o primeiro sismo, e o Governo alertou a população para o perigo de deslizamentos de terra e queda de rochas.
O presidente eleito e atual vice-presidente da ilha, William Lai Ching-te, visitou Hualien na quarta-feira e referiu que o Governo já destinou 300 milhões de dólares de Taiwan (8,64 milhões de euros) para apoiar a região.
Taiwan é regularmente atingida por sismos, mas regulamentos de construção rigorosos e uma boa preparação para desastres naturais parecem ter evitado uma catástrofe na ilha.
O sismo levou à emissão de avisos de tsunami em Taiwan, no Japão e nas Filipinas, entretanto já levantados, e foi sentido em Xangai e em várias províncias ao longo da costa sudeste da China, de acordo com os meios de comunicação chineses.
A China continental e a ilha principal de Taiwan estão separadas por cerca de 160 quilómetros.
Taiwan situa-se ao longo do “Anel de Fogo” do Pacífico, a linha de falhas sísmicas que circunda o Oceano Pacífico e onde ocorre a maior parte dos sismos do mundo.
O pior sismo dos últimos anos em Taiwan ocorreu em 21 de setembro de 1999, com uma magnitude de 7,7, causando 2.400 mortos e cerca de 100 mil feridos, e destruindo milhares de edifícios.