O homem suspeito de alegadamente ter incendiado o parlamento sul-africano em janeiro de 2022 foi hoje declarado inimputável “devido a doença mental” por um tribunal sul-africano.
Zandile Christmas Mafe foi detido na manhã de 02 de janeiro de 2022, no recinto do parlamento sul-africano, na Cidade do Cabo, poucas horas depois de o incêndio ter deflagrado.
É acusado de fogo posto e terrorismo, mas declarou-se inocente.
Mafe é “incapaz de ser julgado devido a uma doença mental”, declarou hoje o tribunal da Cidade do Cabo.
O alegado incendiário foi diagnosticado com “esquizofrenia paranoica” - cujos principais sintomas são alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre conspirações - e vai permanecer no departamento médico de uma prisão até que os tribunais decidam se deve ser colocado numa instituição especializada.
Para o advogado do arguido, Dali Mpofu, esta decisão “é uma farsa” com o objetivo de privar Mafe da sua liberdade sem julgamento, anunciando a intenção de recorrer.
Mafe, que é descrito como sem-abrigo, também apelou aos “brancos para abandonarem o país” durante uma audiência em julho, descrevendo o principal partido da oposição do país (Aliança Democrática), que historicamente tem tido um forte apoio entre a minoria branca do país, como um movimento “racista”.
Os bombeiros tentaram durante 48 horas apagar o incêndio no parlamento, que não causou vítimas.
Os relatórios iniciais do inquérito revelaram que o sistema de deteção de incêndios estava avariado e que os aspersores não tinham funcionado.
As obras de reparação ao parlamento, que deverão durar pelo menos três anos, foram avaliadas em cerca de 105 milhões de dólares (cerca de 97,7 milhões de euros).