O Parlamento Europeu (PE) insistiu hoje na necessidade a Ucrânia avançar no processo de adesão à União Europeia (UE) e no empenho dos 27 para apoiar o país na defesa contra a invasão russa.
O presidente do parlamento da Ucrânia, Ruslan Stefanchuk, encontrou-se hoje com os presidentes dos grupos políticos do PE.
Em conjunto, prestaram “solidariedade inabalável e homenagem à corajosa população da Ucrânia, os laureados do Prémio Sakharov 2022 sobre Liberdade de Expressão, que estão a defender corajosamente a independência do país e a sua integridade territorial, enquanto estão a defender a sua liberdade”.
“A UE continua empenhada em apoiar a Ucrânia a ultrapassar a guerra de agressão da Rússia”, defenderem numa declaração conjunta.
Em simultâneo, o PE apoio as aspirações europeias da Ucrânia e os líderes dos grupos políticos manifestaram total apoio ao parlamento ucraniano e às instituições do país rumo à adesão da União Europeia: “Os lideres dos grupos políticos reafirmam o seu compromisso com a adesão da Ucrânia à UE, que representa um investimento geoestratégico numa Europa unida e forte”.
As atenções mediáticas estão hoje voltadas para o agravamento das tensões no Médio Oriente, especificamente o atentado perpetrado pelo movimento islamista Hamas contra Israel, o maior ataque contra judeus desde a Segunda Guerra Mundial, e a resposta israelita que desencadeou uma catástrofe humanitária sem precedentes na Faixa de Gaza, fruto dos bombardeamentos sistemáticos durante quase dois meses.
Contudo, o PE quer, à semelhança da Comissão Europeia e da Aliança Atlântica, demonstrar que a Ucrânia “vai continuar a ser a prioridade”, dá conta o comunicado.
A Comissão Europeia recomendou, no início do mês, que o Conselho avance para as negociações formais de adesão, dados os esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos, embora impondo condições como o combate à corrupção.
A decisão cabe agora ao Conselho da UE, na formação de Assuntos Gerais, e deverá ser tomada no dia 12 de dezembro, mas o aval final será dado pelos chefes de Governo e de Estado da União, que se reúnem em cimeira europeia poucos dias depois, a 14 e 15 de dezembro, em Bruxelas.
A Ucrânia obteve o estatuto de país candidato em meados de 2022.
No Conselho Europeu de dezembro será também discutida a revisão do orçamento da UE a longo prazo, que prevê uma reserva financeira para apoiar a reconstrução da Ucrânia de 50 mil milhões de euros.
O objetivo é que tal mecanismo para Kiev seja aprovado no âmbito da revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual 2024-2027, mas numa altura em que a UE já avançou com 16,5 mil milhões de euros de assistência macrofinanceira à Ucrânia um plano B seria reforçar este último programa.