A Rússia reivindicou hoje a tomada de uma nova cidade no leste da Ucrânia, Gannivka, numa altura em que as tropas ucranianas lutam para conter os avanços russos na zona.
O Ministério da Defesa russo afirmou ter capturado a cidade a menos de 10 quilómetros a sul de Kurakhove, que fica perto de um importante depósito de lítio, um mineral raro.
O anúncio surge um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter elogiado as tropas por terem “tomado a iniciativa ao longo de toda a linha da frente”.
“O exército russo conquistou 189 cidades ucranianas em 2024”, afirmou Putin num discurso dirigido aos altos funcionários do Ministério da Defesa, segundo a agência francesa AFP.
O exército ucraniano, minado pela falta de homens e de armas, tem estado na defensiva há mais de um ano.
Desde o outono, as forças ucranianas têm vindo a recuar cada vez mais rapidamente.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, tem repetidamente apelado aos aliados ocidentais para o reforço da defesa aérea para suster os ataques russos.
“Precisamos de mais 12-15 sistemas (...) para proteger totalmente o nosso país dos ataques de mísseis russos. Isto é realista”, disse hoje Zelenski numa nova mensagem citada pela agência ucraniana Ukrinform.
“O principal é a vontade política dos nossos parceiros. Dirijo-me agora especificamente aos Estados Unidos e à Europa”, afirmou, alertando para a possibilidade de um novo ataque russo de grande envergadura como o sofrido na sexta-feira.
O alerta segue-se ao assassinato hoje do responsável pela defesa nuclear, biológica e química da Rússia, o tenente-general Igor Kirillov, num atentado em Moscovo reivindicado pelos serviços de segurança ucranianos (SBU).
Segundo o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, a Rússia conquistou 4.500 quilómetros quadrados (km2) de território ucraniano este ano e avança atualmente “30 km2 por dia”.
Em particular, o exército russo tem como alvo as cidades de Kurakhove e Pokrovsk, na frente oriental.
No entanto, o exército russo não conseguiu ainda libertar toda a área ocupada pelas forças ucranianas na região russa da Kursk, junto à fronteira.
Os russos e os ucranianos parecem estar a fazer tudo o que podem para reforçar posições no campo de batalha antes do regresso de Donald Trump à Casa Branca (presidência).
Trump prometeu parar “a carnificina” assim que tomasse posse, em 20 de janeiro.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia começou em fevereiro de 2022, com a invasão russa do país vizinho.
Putin justificou na altura que a “operação militar especial”, como a guerra é designada oficialmente por Moscovo, se destinava a “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.