O secretário-geral do PSD/Açores considerou hoje que a projeção da Universidade Católica para a RTP, que dá a vitória à coligação PSD/CDS-PP/PPM, que governa atualmente o arquipélago, significa que os açorianos “não querem um Governo socialista”.
“A sondagem à boca das urnas, agora divulgada pelo serviço público de Rádio e Televisão dos Açores, deixa em aberto a composição do próximo parlamento, com vantagem clara para o PSD, para o CDS e para o PPM”, disse Luís Pereira.
O secretário-geral do PSD/Açores falava na sede do partido, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, logo após a divulgação da projeção pela RTP/Açores.
“A acreditar nos resultados desta projeção, desta sondagem, reforçando que estamos a falar de uma sondagem, os açorianos voltaram a dizer aquilo que já disseram em 2020. Não querem um governo socialista”, afirmou.
E acrescentou: “Continuamos convictos que teremos, esta noite, uma oportunidade de celebração do reconhecimento do trabalho que ficou a meio” [com a queda do Governo Regional no seguimento do chumbo do Orçamento para 2024 pelo Parlamento Regional dos Açores].
Luís Pereira apontou que se trata de “uma sondagem”, daí que aguardará, “serenamente, a legítima e soberana decisão do povo açoriano”.
O responsável declarou ainda que, durante a campanha, o PS tentou passar “um atestado de ignorância aos eleitores, dizendo que ia fazer agora aquilo que durante 24 anos não fez ou não quis fazer”.
“Pelo contrário, o PSD, o CDS e o PPM lembraram aos Açores aquilo que fizeram e o muito que querem continuar a fazer, incluindo propostas que são absolutamente inovadoras”, salientou.
Na sede social-democrata, a projeção foi recebida com palmas e gritos “Bolieiro, Bolieiro ...”.
De acordo com a projeção à boca das urnas realizada pela Universidade Católica para a RTP, a coligação PSD/CDS/PPM vence hoje as eleições legislativas regionais, obtendo entre 40% e 45%, com margem para maioria absoluta.
Com esta percentagem, a coligação PSD/CDS/PPM pode eleger entre 25 e 31 dos 57 deputados do parlamento dos Açores, sendo necessários 29 mandatos para uma maioria absoluta, segundo a projeção divulgada pela RTP cerca das 19:00 nos Açores (20:00 em Lisboa).
O PS fica entre 32% e 37% dos votos, elegendo 19 a 25 deputados, e o Chega obtém entre 8% e 11% dos votos e pode eleger quatro a oito deputados.
A mesma projeção indica que a Iniciativa Liberal (IL), o Bloco de Esquerda (BE), o PAN (Pessoas-Animais–Natureza) e a CDU - Coligação Democrática Unitária (coligação PCP/PEV) obtêm os mesmos resultados, entre 1% a 3%, podendo não eleger ou conseguir um mandato no máximo.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.