A associação de defesa do consumidor Deco aconselha os consumidores a ler bem as apólices de seguros para animais de estimação, para não terem surpresas em relação às coberturas, e apela a uma maior transparência das seguradoras.
“Ainda temos poucas reclamações”, disse à Lusa o jurista da entidade, Diogo Martins, acrescentando que muitas se prendem com o facto de as “seguradoras dizerem que não cobrem determinada situação”, indicou.
O jurista destacou que, do ponto de vista do consumidor, é “sempre importante perceber o que é que se está a contratar” e saber que “existem várias coberturas”, que nem sempre cobrem as despesas que o cliente espera que fossem abrangidas.
Diogo Martins aconselhou ainda os tutores de animais a “consultar sempre mais do que uma seguradora” para encontrarem o que melhor se adequa às suas necessidades.
Para o jurista, na maioria dos casos, as apólices estão escritas em linguagem clara, mas a maioria das pessoas não leem as condições dos contratos.
Ainda assim, segundo Diogo Martins, quando há problemas, “as seguradoras não são transparentes, e têm de o ser, visto que, se estão a alegar algo, têm de o provar”, acrescentando que, muitas vezes, só dizem que o custo “não está coberto”, sem explicar porquê.
“Muitas vezes o que acontece é as pessoas terem que recorrer a livros de reclamações, e as seguradoras, ou qualquer outra entidade, são obrigadas a responder”, nestes casos com alguma profundidade, destacou.
O jurista da Deco pede uma “maior formação dos colaboradores nesse sentido, porque depois as pessoas acabam por perder a confiança e mudar de seguradora”.
“O seguro de saúde é importante porque, efetivamente, o único obrigatório é o seguro de responsabilidade civil e, mesmo assim, é só para aqueles cães potencialmente perigosos”, disse, mas lembrou que não existe Serviço Nacional de Saúde para animais e que a contratação de um seguro, sobretudo numa altura em que o animal ainda é saudável, pode ajudar no futuro a mitigar despesas.
“É preciso ter em atenção que, pelo facto de o animal estar ou ser saudável, não quer dizer que não possa acontecer alguma coisa no futuro”, alertou, acrescentando que “é muito mais difícil depois contratar um seguro de saúde para um animal quando já tem uma certa idade ou quando já tem certo tipo de problemas”.