A Direção de Informação da Lusa rejeitou hoje o “uso abusivo” do nome e estilo das notícias da agência para veicular conteúdos que não são da sua responsabilidade sobre a Global Media, posição acompanhada pela CT da TSF.
“Tivemos conhecimento de que circula em redes sociais um suposto despacho da Lusa anunciando um novo membro do Conselho de Administração da Global Media, ao qual somos totalmente alheios”, refere a Direção de Informação da Lusa, numa nota enviada à redação.
“A Lusa rejeita o uso abusivo do seu nome e do estilo das notícias da agência para veicular conteúdos que não são da sua responsabilidade”, sublinha.
Também a Comissão de Trabalhadores (CT) da TSF “repudia veementemente a forma como está a circular nas redes sociais uma notícia falsa, fazendo-a passar por uma notícia da Lusa com a formatação semelhante”, em comunicado.
“A mentira em causa diz respeito a uma alegada nomeação de alguém para a administração do GMG [Global Media Group] e inventando declarações creditadas abusiva e falsamente a um dos membros da Comissão de Trabalhadores da TSF”, prossegue a Comissão de Trabalhadores.
“Não deixa de ser irónico que ao mesmo tempo que lutamos pelos nossos postos de trabalho, alguém nos ofereça de bandeja a prova de que são necessários órgãos de comunicação fortes capazes de lutar contra a desinformação”, acrescenta a CT, que no seu comunicado inclui a nota da Direção de Informação da Lusa.
Na semana passada, o World Opportunity Fund, que tem o controlo de gestão da GMG, informou da sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão do regulador ERC e de um alegado procedimento cautelar.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
Os delegados sindicais da Global Media defenderam hoje que é preciso um sinal claro que os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e António Mendes Ferreira, que vão pedir uma assembleia-geral, não querem o fim do grupo.
“Os trabalhadores dos títulos da Global Notícias continuam, ao dia 23 de janeiro, sem receber os salários de dezembro, o subsídio de Natal, em alguns casos o subsídio de férias e, no caso dos colaboradores (prestadores de serviços), os pagamentos de novembro”, referem os delegados sindicatos, classificando de “cenário intolerável e de consequências gravíssimas” a situação que “levou as redações do Jornal de Notícias [JN], O Jogo e Dinheiro Vivo a aprovar em plenários a suspensão dos contratos de trabalho, extensível também aos trabalhadores da Global Imagens, e a redação do DN [Diário de Notícias] a aprovar um pré-aviso de greve por tempo indeterminado”.