A coordenadora do BE quer fazer nas questões laborais aquilo que a “maioria absoluta [do PS] recusou” e defendeu hoje a recuperação da contratação coletiva, a reposição do princípio do tratamento mais favorável e a definição de leques salariais.
Mariana Mortágua participou hoje, em Lisboa, num almoço com ativistas laborais que apoiam a candidatura do BE às próximas legislativas de 10 de março, no qual recebeu o manifesto “Pela democracia e pelo trabalho, apoiamos o Bloco”, assinado por cerca de 150 pessoas.
“Apresentamo-nos nestas eleições e, também neste campo, para fazer o que nunca foi feito, para fazermos o que a maioria absoluta se recusou a fazer contra a desigualdade e contra a exploração”, afirmou na sua intervenção.
De acordo com a líder do BE, as propostas são “recuperar a contratação coletiva, acabar com a caducidade unilateral dos instrumentos de regulação coletiva do trabalho e repor o princípio do tratamento mais favorável”.
“Criar uma nova regra em toda a função pública: o Estado não pode, não deve ter qualquer adjudicação com empresas que não tenham contrato coletivo ativo e negociado no último ano”, defendeu.
Para Mariana Mortágua, esta é a forma de aumentar os salários em Portugal e a fazer “acordos com patrões que dão a maior borla fiscal do século” e deixar os trabalhadores sem aumentos salariais e sem respeito.
“Este não é só um país de salários baixos, é um país de desigualdades. Em 10 anos as remunerações dos presidentes executivos das empresas aumentaram 47%. Nesses 10 anos os trabalhadores perderam 0,7%”, referiu.
Segundo o BE, é “importante definir leques salariais” nas empresas porque “ninguém pode ganhar mais num mês do que outro demora um ano a ganhar na sua vida”.
Outro dos aspetos defendidos por Mariana Mortágua é a necessidade de avançar para as 35 horas de trabalho semanal no público e no privado e para a semana de quatro dias.
Em jeito de síntese, a líder bloquista referiu que as prioridades do partido “são aumentar salários, garantir tempo para viver, garantir respeito por quem trabalha”.
“Fazemos toda as lutas do mundo de trabalho, por um programa socialista agora, que luta hoje para amanhã pelos direitos de quem trabalha e é com esta vossa determinação que vamos fazer esta campanha até ao dia 10 de março pelo mundo do trabalho, pelo salário, pela vida boa, pelo tempo para viver”, disse.