O líder do PSD, Luís Montenegro, considerou hoje que o secretário-geral do PS não tem autoridade moral para falar de bagunças nos outros partidos e aconselhou-o a olhar para “demonstrada bagunça interna” do PS.
“Que autoridade moral tem Pedro Nuno Santos para falar de bagunça? O doutor Pedro Nuno Santos está desesperadamente a tentar criar factos e coisas, mas é tão confuso que se atrapalha a ele próprio”, afirmou o líder dos sociais-democratas.
À margem da apresentação do Pacto Social da Confederação Empresarial Portuguesa (CIP), no Porto, Montenegro considerou que o líder dos socialistas deveria “olhar para a sua esclarecida e mais do que demonstrada bagunça interna”.
“Pedro Nuno Santos foi demitido de alguma maneira, embora tenha apresentado demissão, ele e mais 14 com ele em dois anos, num governo de maioria absoluta. Quer maior bagunça do que essa?”, questionou o líder da AD.
Na terça-feira à noite Pedro Nuno Santos afirmou que a direita é uma “bagunça” e acusou o seu principal adversário nas eleições de não ser capaz de liderar o seu campo político.
Questionado pelos jornalistas sobre o que fará caso o PS consiga formar um governo minoritário, Montenegro recusou novamente vislumbrar esse cenário “no horizonte”.
“Já disse quais são as balizas nas quais pretendo governar e é isso que me compete. Bem sei que do lado do PS houve uma mudança de posição, mas isso tem de ser explicado pelo PS e não por mim”, afirmou, acusando Pedro Nuno Santos de, nesta matéria, andar às piruetas.
“A semana passada, Pedro Nuno Santos entendia que o PS não deveria viabilizar um governo da AD [Aliança Democrática]. Na segunda-feira deu uma pirueta e disse que estava disponível para viabilizar um governo da AD se perdesse as eleições (...) Ontem [terça-feira], deu uma segunda pirueta a dizer que governava se ganhasse as eleições ou se tivesse uma maioria com os seus parceiros”, afirmou.
E acrescentou, “é muito difícil comentar as piruetas de Pedro Nuno Santos porque ele é muito rápido a mudar de opinião”.
Questionado sobre a eventual presença de Pedro Passos Coelho na campanha eleitoral, o líder dos sociais-democratas afirmou que haverá “ocasião de interagir” com antigo líder do PSD.
“Perceberão quando isso acontecer”, acrescentou.