A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, traçou hoje como primeiro objetivo eleitoral “que a direita continue em minoria” no parlamento, comprometendo-se a “abrir caminhos de diálogo” e “promover a confluência de toda a força necessária” para a viragem no país.
“Esta não é uma mensagem de Ano Novo, esta mensagem é sobre os primeiros 70 dias do Ano Novo até às eleições. São os 70 dias que cada pessoa tem para decidir para onde vai Portugal”, disse Mariana Mortágua num vídeo a que a agência Lusa teve acesso.
Segundo a líder bloquista, nos 70 dias até às eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o partido vai mostrar “que a esquerda sabe o que quer” e também aquilo que é inaceitável como “a corrupção e as negociatas com aquilo que é de todos” e ainda o que “a maioria absoluta fez à saúde, na habitação, na educação”.
“Nestes 70 dias seremos a garantia que se fará o que nunca foi feito: subir salários, empregos para o clima, salvar o SNS, cuidar da escola pública, baixar o preço das casas. É essa a luta do Bloco de Esquerda por uma vida boa, pela garantia daquilo que é essencial”, enfatizou.
O BE, de acordo com Mariana Mortágua, “vai promover a confluência de toda a força necessária para esta viragem que o país tem de fazer”.
“Pela minha parte, aproveitarei este tempo para abrir caminhos de diálogo, de clareza, de mobilização. É essa é a confiança que juntará os votos para vencer”, comprometeu-se.
O primeiro objetivo do BE para estas eleições é “que a direita continue em minoria”.
“Não depende só do Bloco é certo, mas nós cumpriremos a nossa parte e cada deputado, cada deputada eleita pelo Bloco de Esquerda contará para isso”, enfatizou.
Segundo a coordenadora do BE, “está muita coisa em jogo” nas próximas eleições porque “o plano da direita é retroceder até 2015”, o “último ano de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro”.
“Montenegro era a sua voz no parlamento, Ventura era o seu discípulo, o CDS existia e muitos dos agora liberais ainda andavam por lá. Estavam todos juntos e agora querem juntar-se de novo no Governo depois das eleições”, avisou.
O problema da direita, na análise de Mortágua, “é que a maioria do povo não esqueceu e não perdoou a austeridade, o empobrecimento, o ataque às pensões, as ordens para emigrarmos”.
“E não esquecemos também aqueles governantes que foram logo depois sentar-se à mesa das empresas a quem venderam a energia ou os aeroportos. Não os esquecemos e por isso sei que os desejos da direita para 2024 não se vão concretizar”, referiu.
A dirigente do BE dirigiu-se às pessoas desiludidas, “uma maioria zangada e que ainda está indecisa”.
“Falo para essas pessoas que também sabem, por experiência, que a direita não merece o benefício da dúvida. Falo ao povo que exige respeito, consideração pelos de baixo, por quem trabalha, por quem paga impostos. Garanto-vos que contam com o Bloco de Esquerda”, prometeu.