O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) às europeias, Sebastião Bugalho, anunciou hoje que o programa eleitoral será apresentado na próxima semana e garantiu que cumprirá o seu mandato caso seja eleito.
“Posso desde já dizer-vos que vamos apresentar o nosso programa eleitoral, o nosso manifesto europeu, na semana do dia da Europa, celebrada a 09 de maio, tencionamos ter um conjunto de propostas para apresentar aos portugueses e aos europeus, claro, nessa semana. Estamos mesmo prontos para o combate”, anunciou Sebastião Bugalho.
O candidato da AD, coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM, falava aos jornalistas no Tribunal Constitucional (TC), em Lisboa, no âmbito da entrega da lista para as eleições europeias de 09 de junho.
Bugalho afirmou que a sua ambição é “servir o Parlamento Europeu” e deixou um compromisso.
“Cumprirei o meu mandato e espero que os meus opositores também possam deixar esse compromisso feito”, salientou.
O candidato foi ainda interrogado sobre as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que num jantar com jornalistas estrangeiros na semana passada considerou que a lista da AD às eleições europeias foi “totalmente improvisada”, com segredo guardado até à divulgação.
“Pelos vistos o senhor Presidente da República não tem nada contra os improvisos, ele é o improviso por excelência. Portanto, nesse sentido, eu tenho a certeza de que o senhor Presidente não estará a fazer nenhuma crítica em relação a esta candidatura. Estava, aliás, a fazer uma descrição bastante jornalística, talvez em tributo às suas antigas funções, agora enquanto Presidente”, afirmou.
Bugalho rejeitou comentar mais declarações do Presidente da República, reiterando que o seu foco “é o projeto europeu, defender os portugueses na Europa e a Europa no mundo” e não “comentar a polémica do dia-a-dia, muito menos uma que já tem mais do que um dia”.
“Neste momento estamos de forma solene a apresentar a nossa candidatura no TC, e estamos muito felizes, orgulhosos e otimistas sobre isso. Não esperem que comecemos a nossa campanha pela Europa a falar de um almoço com jornalistas que durou quatro horas e que provocou polémica. A Europa é muito mais do que isso, acho que temos que dar dois passos atras e levar mais a sério a democracia europeia”, defendeu.
Sebastião Bugalho, que disse que não está “minimamente preocupado em enfrentar o PS” nestas europeias, falava acompanhado por uma comitiva com os líderes parlamentares do PSD, Hugo Soares, e do CDS-PP, Paulo Núncio, entre outros dirigentes e candidatos.
Sobre o seu discurso na Universidade Europa, na Curia (Aveiro), este fim de semana, no qual lembrou o percurso de personalidades do PSD como Cavaco Silva, Durão Barroso, Carlos Moedas e Jorge Moreira da Silva para pedir que lutem com ele pelo “sonho europeu”, Bugalho rejeitou ter-se comparado a estas figuras.
“Eu não me estava a comparar com ninguém, eu quem partilhar o sonho, não quero partilhar as ambições”, afirmou.
Sobre o risco de perder as eleições, o antigo comentador respondeu que “quando alguém se candidata a algo a responsabilidade é de quem se candidata”.
Interrogado sobre o facto de o discurso de Luís Montenegro, em Aveiro, se ter focado mais na política nacional, Bugalho considerou algo natural, apontando que o primeiro-ministro “está a governar”, cabendo ao cabeça de lista a campanha.
Também em declarações aos jornalistas, depois de apresentar a lista do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), a cabeça de lista, Joana Amaral Dias, disse esperar ser eleita para o Parlamento Europeu.
“Eu gostava de ser eleita, gostava de ser esta voz que os portugueses conhecem há mais de 20 anos, exatamente com os mesmos princípios e os mesmos valores. Gostava de ser esta voz na Europa para defender os direitos de todos os portugueses, mas também de todos os europeus que estão claramente ameaçados e claramente num retrocesso social e económico que é extremamente venenoso e muito perigoso”, afirmou.
No que toca às propostas, a candidata indicou que pugna pela “defesa da paz” como “princípio fundamental”, pela democracia, por uma “distribuição da riqueza completamente diversa” e pelas “liberdades, direitos e garantias dos povos, que estão profundamente ameaçados com esta chamada transição digital galopante, onde se querem impor coisas completamente inconstitucionais e que rasam essas mesmas liberdades e garantias, como a identidade digital ou a imposição do fim do dinheiro físico”.