A IL perguntou hoje ao Governo quantos alunos ficarão sem professor após a aposentação prevista de cerca de quatro mil em 2025, mas o primeiro-ministro optou por destacar que 469 docentes inverteram a decisão de se reformarem.
O presidente da IL, Rui Rocha, numa intervenção no debate quinzenal com o primeiro-ministro, começou por criticar o que disse ser a “apatia social-democrata” que sucedeu à “grande estagnação socialista” e sublinhou que os portugueses têm hoje “dificuldade em acreditar nos serviços de saúde, na educação, nos transportes”, porque o “contrato social está a ser rasgado”.
Sobre educação, o liberal lembrou que no próximo ano “cerca de quatro mil professores irão para a reforma” e questionou o Governo como colmatará esta saída de profissionais, bem como qual é o número de alunos, no próximo ano, que não terão professores devido à sua aposentação.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu ter “números para dar”, mas acabou por não responder diretamente à questão, apontando sim para o “concurso externo extraordinário e o incentivo financeiro à deslocação do professor para escolas carenciadas” promovido pelo Governo, bem como a recuperação de 469 docentes que pretendiam reformar-se.
Montenegro acrescentou também que regressaram à profissão 698 docentes que tinham saído da carreira e foram celebrados 4351 novos contratos para o atual ano letivo.
O primeiro-ministro disse ainda que no concurso externo extraordinário foram preenchidas 1731 das 2309 vagas abertas e que foram atribuídos 1931 incentivos financeiros à deslocação de professores depois de 4919 candidaturas.
“Chega? Não chega de todo. Mas é um caminho que estamos a percorrer para, valorizando a carreira e os instrumentos de incentivo, poder ter maior retenção de recursos humanos no nosso sistema”, frisou.
Rui Rocha agradeceu as respostas do chefe do Governo mas lamentou que fossem “viradas para o passado ou o presente” e frisou que as suas respostas eram relativas ao futuro, após a saída prevista, por via da aposentação, de cerca de 4 mil professores. Por falta de tempo, Montenegro já não respondeu à intervenção de Rui Rocha.