Os jornalistas da agência Lusa cumpriram hoje uma hora de greve, em solidariedade com os trabalhadores da Global Media e pela defesa da comunicação social, num protesto que incluiu concentrações em Lisboa e no Porto.
“A ação de protesto incluiu a paralisação de uma hora a que aderiram jornalistas de toda a rede da Lusa (em Portugal e no estrangeiro) e concentrações em Lisboa e no Porto, num gesto de solidariedade para com os camaradas da Global Media, mas também de protesto em relação ao que se passa no setor da comunicação social”, referem os representantes dos trabalhadores, em comunicado.
Como consequência, a linha da Lusa “esteve praticamente parada” durante aquele período.
Durante a paralisação, entre as 14:00 e as 15:00, foi ainda aprovado um voto de solidariedade para com os trabalhadores do Global Media Group (GMG), que estão hoje em greve, contra a intenção da administração de despedir até 200 profissionais.
Segundo os delegados sindicais, a adesão à greve no GMG é total.
Em comunicado enviado às redações, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) disse estar “solidário com todos os trabalhadores do grupo Global Media”, “alguns deles que a quem não foi renovado o contrato, outros a quem os salários não são pagos desde dezembro e a todos os que estão na incerteza do dia de amanhã”.
Também o Conselho de Redação da Antena1, RDP África e RDP Internacional manifestou a “total solidariedade com os camaradas/colegas expostos a uma preocupante situação de salários em atraso e despedimento coletivo”.
A greve de hoje, que acontece no mesmo dia em que termina o prazo para adesão às rescisões voluntárias, foi convocada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da função.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
Os trabalhadores não receberam o salário de dezembro, nem o subsídio de Natal que, segundo a administração, será pago em duodécimos durante este ano, o que viola a lei.
O grupo anunciou também o fim das prestações de serviços a partir de janeiro, num aviso com poucas horas de antecedência.