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Óbito/Marco Paulo: Radialista Nuno Galopim lembra “voz rara” e “fenómeno” da música portuguesa

Data de publicação
24 Outubro 2024
12:04

O divulgador de música e diretor da Antena 1, Nuno Galopim, lembrou hoje “a voz rara e extremamente dotada” do artista Marco Paulo, que morreu aos 79 anos, e o “fenómeno” em que se transformou na música portuguesa.

“O Marco Paulo é um fenómeno de uma altura em que quem o compra não é alguém que está numa outra geração a redescobrir memórias do passado. O Marco Paulo cria uma multidão de seguidores entre aqueles que, na sua geração e à volta dela, estão a vê-lo a crescer enquanto artista. Não cresce como fenómeno de nostalgia”, afirmou Nuno Galopim à agência Lusa.

O cantor português Marco Paulo morreu hoje, aos 79 anos, noticiou a estação de televisão SIC Notícias, do mesmo grupo de media onde tinha um programa semanal.

Na página oficial no Facebook, a família partilhou um comunicado dizendo que Marco Paulo “partiu pacificamente, hoje, dia 24”, “rodeado de todos os cuidados e o amor da família, amigos e fãs”.

Marco Paulo era o nome artístico de João Simão da Silva, o intérprete de êxitos como “Eu tenho dois amores” e “Maravilhoso coração” e cuja carreira começou nos anos 1960, embora na infância já cantasse entre amigos e familiares.

“Ele tinha uma voz rara, extremamente dotada”, elogiou Nuno Galopim, lembrando que, com “a arte do produtor, sobretudo de Mário Martins”, Marco Paulo conseguiu transformar versões de outras músicas em “algo que era seu”.

“Apesar de não ser autor, ele vestia as canções, ele interpretava as canções, tornava-as suas e esse sentido de propriedade, aliado à tal grande voz fez com que ele somasse êxitos atrás de êxitos”, disse.

“Ninguém, Ninguém” – um dos primeiros sucessos -, “Sempre que brilha o sol”, “Taras e Manias”, “Morena, Morenita” “são canções que valorizam um espaço que nessa altura estava algo sumido entre a linha da frente da comunicação do que era a novidade na música portuguesa”, explicou Galopim a propósito do período de maior sucesso de Marco Paulo, entre finais dos anos 1970 e os anos 1980.

Além de Mário Martins, Marco Paulo trabalhou com António José, Rosa Lobato de Faria, Joaquim Luís Gomes, Fernando Correia Martins, Jorge Machado, Shegundo Galarza, Luís Filipe e Emanuel, entre músicos, escritores/letristas, produtores.

Em maio de 2022, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o cantor com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelos seus 50 anos de carreira, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa.

Marco Paulo publicou no mesmo ano o seu derradeiro álbum de estúdio, “Por ti”, pela editora Espacial, que o representou nos últimos anos, com quatro inéditos de José Cid, Elton Ribeiro, Miguel Gameiro e Nelson Canoa, a par de versões de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, e de uma homenagem a Dino Meira.

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