O primeiro-ministro anunciou hoje que Portugal vai antecipar a meta de atingir 2% de investimento em Defesa do Produto Interno Bruto, que estava prevista para 2029, mas sem detalhar para quando, dizendo que implicará “consenso político amplo”.
“Com sentido de responsabilidade e de forma gradual e sustentada, vamos antecipar a meta de atingirmos 2% do nosso PIB de investimento na área da defesa que estava previsto até 2029”, anunciou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros dedicado a responder às tarifas aduaneiras dos Estados Unidos.
No final da conferência de imprensa, o primeiro-ministro não respondeu a perguntas, com a comunicação social a poder colocar seis questões ao ministro da Economia, Pedro Reis.
O primeiro-ministro assegurou que esta antecipação será feita “sem pôr em causa a capacidade do Estado Social e a estabilidade das contas públicas”.
“O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o ministro de Estado e das Finanças, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, o ministro da Defesa Nacional e o ministro da Economia estão já a trabalhar em coordenação estreita numa estratégia integrada e ambiciosa neste domínio que implica, naturalmente, um consenso político nacional que seja amplo e responsável”, afirmou.
O primeiro-ministro reiterou que Portugal quer transformar a necessidade de aumentar o investimento em Defesa “numa oportunidade”.
“Investir o mais possível em produtos desenvolvidos em Portugal, contribuindo para o dinamismo da indústria nacional e estimulando a nossa capacidade exportadora”, disse.
Montenegro adiantou que há projetos tecnológicos na área da defesa em Portugal “já num adiantado estádio de desenvolvimento, como é o caso dos drones de última geração”, e outros “com elevado potencial, como é o caso do setor aeronáutico ou marítimo”.
“Temos todo o interesse em olhar para a nossa indústria e ver nela a oportunidade de construirmos soluções que permitam mais e melhores empregos, mais e melhor dinamismo da atividade económica”, considerou.
O primeiro-ministro reiterou que, no âmbito da negociação do próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia, Portugal “tem defendido que haja mecanismos europeus para investimento na área da defesa”.