Marcelo Rebelo de Sousa, eleito Presidente da República há oito anos, atribuiu até agora nos seus dois mandatos mais de 1.400 condecorações e fez 141 deslocações a países estrangeiros.
O antigo comentador político e professor universitário de direito, entretanto jubilado, hoje com 75 anos, manteve uma agenda intensa, em particular no início do primeiro mandato, iniciado em 09 de março de 2016.
Desde então, teve raros períodos com poucas aparições públicas, como o atual, em que diminuiu a sua agenda por se estar em período pré-eleitoral.
Marcelo Rebelo de Sousa segue, porém, a opção de não divulgar oficialmente todas as iniciativas em que participa, o que impede uma reconstituição rigorosa da sua atividade, sobretudo em território nacional.
As suas idas ao estrangeiro são obrigatoriamente comunicadas à Assembleia da República, e é assim que no geral se tornam do conhecimento público.
Já foi a 54 países diferentes, num total de 141 deslocações, das quais 19 foram visitas de Estado.
Esta contagem inclui todas as deslocações, divididas por país: visitas oficiais, posses e cerimónias fúnebres, cimeiras e reuniões internacionais, eventos desportivos e culturais, comemorações do Dia de Portugal e visitas a forças nacionais destacadas.
A partir do segundo mandato, houve visitas presidenciais aprovadas pelos deputados sem a habitual unanimidade, com abstenções e até votos contra, e contestadas em termos gerais pelo partido Chega, pela quantidade.
A que gerou mais controvérsia foi a ida ao Mundial de Futebol do Qatar, em 2022, que teve votos contra de IL, BE, PAN, Livre e de quatro deputados do PS e abstenções de Chega, três deputados do PS e três do PSD.
Os países que o Presidente mais visitou foram Espanha, onde foi 19 vezes, França, onde esteve 15 vezes, e Estados Unidos da América, onde se deslocou dez vezes, sete das quais à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Foi oito vezes ao Brasil, seis a Angola, Cabo Verde, Itália e Reino Unido, quatro à Bélgica e a São Tomé e Príncipe e três a Moçambique – sem contar com escalas.
Foi também três vezes ao Vaticano – o primeiro país que visitou no início de cada mandato, seguido da Espanha, no mesmo dia –, à Grécia e a Andorra, e duas vezes à Alemanha, Rússia, Bulgária, Malta, Luxemburgo e Guiné-Bissau.
Esteve ainda em Marrocos, Suíça, Cuba, Colômbia, Senegal, Croácia, México, Lituânia, República Centro-Africana, Egito, Áustria, Letónia, Guatemala, Panamá, China, Costa do Marfim, Tunísia, Afeganistão, Israel, Índia, Eslovénia, Hungria, Países Baixos, Timor-Leste, Chipre, Irlanda, Qatar, Roménia, República Dominicana, África do Sul, Polónia, Ucrânia, Canadá e Moldova.
Fez visitas de Estado a Moçambique, Suíça e Cuba, em 2016, Cabo Verde, Senegal, Croácia, Luxemburgo e México, em 2017, São Tomé e Príncipe, Grécia, Egito e Espanha, em 2018, Angola, China, Costa do Marfim e Itália, em 2019, Índia, em 2020 – ano em que a pandemia de covid-19 o obrigou a adiar praticamente toda a agenda internacional –, à Irlanda, em 2022, e à Bélgica, em 2023.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou forças militares destacadas em Kaunas, Lituânia, e Málaga, Espanha, em 2017, na República Centro-Africana, em 2018, no Afeganistão, em 2019, e na Roménia, em 2022.
Foi a uma dezena de jogos da seleção masculina de futebol, um da seleção de râguebi e à abertura dos Jogos Olímpicos de 2018, no Brasil.
Esteve em mais de vinte encontros multilaterais: reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas, cimeiras ibero-americanas e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontros informais do Grupo de Arraiolos e da organização empresarial Cotec Europa.
Comemorou o Dia de Portugal junto de comunidades emigrantes em Paris, em 2016, no Rio de Janeiro e São Paulo, em 2017, na Costa Leste norte-americana, em 2018, na Praia e no Mindelo, em Cabo Verde, em 2019, em Londres, em 2022, e na África do Sul, em 2023, num modelo original que lançou com o primeiro-ministro, António Costa.
No que respeita a condecorações, segundo o portal das ordens honoríficas na Internet, já atribuiu mais de 1.400 a cidadãos e entidades nacionais, cerca de 750 no primeiro mandato e mais de 600 no segundo, até dezembro.
O mais alto grau das ordens honoríficas – o grande-colar – foi para os antigos chefes de Estado Aníbal Cavaco Silva, António Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, para o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Vítor Constâncio e, a título póstumo, para os escritores José Saramago e Sophia de Mello Breyner e a pintora Paula Rego.
Para comparação, os números de insígnias entregues pelos seus antecessores, nos dois mandatos, foram os seguintes: Cavaco Silva atribuiu aproximadamente 1.500, Jorge Sampaio cerca de 2.400, Mário Soares perto de 2.500 e António Ramalho Eanes cerca de 1.900.
Isto apenas no plano nacional. Os estrangeiros condecorados pelo atual Presidente da República foram mais de 280.
Num caso e noutro, Marcelo Rebelo de Sousa optou por realizar várias cerimónias sem publicitação.