O novo secretário-geral do PS afirmou hoje querer dar início “a uma nova fase, um novo ciclo”, com um projeto “de continuidade, mas, sobretudo, de mudança”, e considerou que não é “o líder que a direita gostava”.
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, onde hoje teve um encontro de cerca de uma hora e meia com o seu antecessor na liderança dos socialistas e ainda primeiro-ministro, António Costa.
Interrogado sobre críticas vindas do PSD ao seu primeiro discurso como secretário-geral do PS, no sábado à noite, Pedro Nuno Santos respondeu: “Eu não sou o candidato que a direita gostava que fosse. Não sou o líder do PS que a direita gostava de ter”.
”Nós faremos um grande combate a esta direita e ao PSD para ganharmos as eleições do dia 10 de março. Eu não vou comentar apreciações sobre o meu discurso porque, como devem imaginar, não estava à espera que o discurso que eu fizesse ou aquilo que eu venha a dizer seja algum dia ou em algum momento elogiado pelo PSD”, acrescentou.
Segundo Pedro Nuno Santos, “isso é que seria de suspeitar, caso fosse de facto elogiado pelo líder do PSD ou por algum dirigente do PSD, isso, sim, seria preocupante”.
O recém-eleito secretário-geral do PS voltou hoje a expressar orgulho nos resultados dos governos chefiados por António Costa nos últimos oito anos, que afirmou querer “continuar, não só concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual Governo”, mas dando “início a uma nova fase, um novo ciclo”, e repetiu a ideia de que quer liderar um projeto “com um novo impulso, com uma nova energia”.
”Um projeto que é de continuidade, mas, sobretudo, de mudança, para resolvermos problemas que ainda persistem no nosso país”, definiu, mais à frente.
Como fez ao longo da campanha interna no PS, Pedro Nuno Santos frisou a mensagem de que nem tudo está bem, de que há problemas por resolver. Rejeitando uma vez mais a divisão entre radicais e moderados, declarou: “Radicais são mesmo alguns dos problemas que ainda sofremos no nosso país e que precisam de resposta, isso, sim”.
O novo secretário-geral do PS foi eleito com 62% dos votos, em eleições diretas realizadas entre sexta-feira e sábado, que disputou com José Luís Carneiro, que ficou em segundo lugar, com 36%, e Daniel Adrião, que teve 1% dos votos.