O secretário-geral comunista, Paulo Raimundo, apelou hoje à mobilização no 1.º de Maio para mostrar ao Governo que “não tem mãos livres” e considerou que a proposta fiscal do PCP é a melhor para os trabalhadores.
Num almoço comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril no Seixal, distrito de Setúbal, Paulo Raimundo enalteceu a “poderosa afirmação de vigor” das manifestações populares da Revolução dos Cravos e fez um grande apelo à mobilização na concentração do 1.º de Maio.
“O 1º de maio dará esse sinal claro de que o capital, os grupos económicos e Governo não têm as mãos livres para aplicar o seu projeto. Querem, desejavam, gostariam de fazer o que querem, mas os trabalhadores e o povo e a juventude não lhes vão dar essa possibilidade”, defendeu.
Na opinião do líder comunista, “em poucos dias confirmou-se a análise” que o PCP fez em relação ao Governo e ao seu programa, criticando os sinais que têm sido dados em relação aos salários, à habitação ou ao SNS.
“Carga fiscal para ali, carga fiscal para aqui, mas depois, tudo espremido, a única coisa que têm em mente é a descida do IRC para as grandes empresas e descida da derrama para as grandes empresas”, criticou.
Sobre a polémica em torno do alívio fiscal, Paulo Raimundo apontou a “operação extraordinária de comparações entre o projeto do Governo e o projeto do PS”, assumindo que eles não são de iguais apesar de resultarem dos “dois problemas principais”, ou seja, estarem agarrados ao “colete-de-forças de Bruxelas” e passarem “ao lado de pôr a pagar mais aqueles que podem”
“O nosso projeto foi aprovado [na generalidade]. Está aberta uma possibilidade para fazer um caminho de justiça fiscal. Pois fica aqui o desafio: aqueles que andam a fazer as parangonas, a comparar o projeto do Governo com o projeto do PS, fica o desafio para compararem esses dois projetos com o nosso projeto e vão ver qual é aquele que beneficia mais quem trabalha e quem trabalhou uma vida inteira”, desafiou.
Considerando que o projeto de lei do PCP é o que “dá resposta à justiça fiscal”, o líder comunista pediu que se mostre aos portugueses que é a iniciativa dos comunistas a que “a mais beneficia” os trabalhadores, estando aberta a possibilidade de ser aprovado uma vez que seguiu para a especialidade.