As cidades constroem-se com pessoas, para as pessoas, e esse deve ser o foco. Pensar no plural, no todo e não apenas no seu "eu", nos seus amigos ou nos mecenas que o alimentam.
Pensar nas pessoas tem sido o lema desde outubro de 2013, quando a capital mudou, quando a cidade abandonou o betão, quando se deixou de falar de milhões como quem fala de tostões, quando se começou a respeitar o contribuinte. Humanizou-se o Funchal, devolveu-se a dignidade aos seus munícipes.
Hoje, temos um verdadeiro programa social que abrange desde as famílias socialmente mais desprotegidas, até uma classe média permanentemente fustigada pelas sucessivas crises em que são chamadas a apagar os fogos.
No ano transato, em plena crise pandémica, o Município do Funchal investiu mais de 4 milhões de euros nas pessoas. Com um orçamento chumbado pela coligação PSD/CDS, o Executivo Funchalense, com a sua competência, soube priorizar o que é realmente importante e não descurou a área social, protegendo assim a sua população perante o imprevisto de um amanhã que o Governo Regional não tem sabido acautelar. Numa Região, onde um terço da sua população está em risco de pobreza, com mais de 20.000 pessoas desempregadas e sempre em crescimento, quem tem os milhões e um grande orçamento para gerir, não é capaz de inverter este rumo. Deixemos então os autarcas, com provas dadas, a fazer o melhor que sabem, olhar pelas pessoas, sempre com proximidade, responsabilidade e sustentabilidade.
No início do outono, teremos eleições autárquicas e já se sente o cheiro do eleitoralismo barato que o PSD tanto nos tem habituado. Desesperados com a necessidade de reconquistar a maior autarquia da Região, puxam dos seus galões e vão buscar o número 2 do Governo Regional. Estamos expectantes para ver quais as suas propostas, qual a sua equipa, qual o programa que melhor satisfará o seu patrão. Veremos quanto betão será derramado no seu manifesto eleitoral, quando betão será derramado para satisfazer o seu "eu", os seus amigos e os seus mecenas. Não passará disso.
No final da passada semana, ficámos a saber que já interiorizou que será o candidato do regime, mas não será pelos Funchalenses, pelas pessoas ou pela cidade, mas sim pela sua sede de vingança contra o Partido Socialista. Num artigo de página inteira deste jornal, com grande destaque na primeira página, onde não refere uma única vez a cidade ou os seus munícipes, apenas destila ódio contra os seus opositores políticos. Não quer saber das pessoas e da cidade, apenas do seu projeto pessoal e do querer a desforra de derrotas do passado, como se de um jogo de milhada se tratasse. As pessoas que agem desta forma nunca poderão fazer nada de positivo pelos outros.
Assim, a já anunciada coligação PSD/CDS, pelo menos para o Funchal, já terá um nome óbvio e que caracterizará na perfeição o seu cabeça de lista: A Coligação Vingança.