O bispo da diocese do Funchal lembrou esta tarde, na celebração da Paixão de Cristo, as guerras que estão a acontecer de “Gaza à Ucrânia e a tantas outras partes deste nosso mundo”, entre outras injustiças.
Momentos antes de dar início à cerimónia, na Sé do Funchal, D. Nuno Brás disse, em declarações aos jornalistas, que na guerra todos são derrotados, lembrando que o que está em causa é toda a Humanidade.
O bispo apresenta Cristo como o oposto à resignação e um mensageiro da esperança de quem todos “podem esperar um futuro novo”.
“Naquele grito final, Jesus fez seus o sofrimento de todo o ser humano de todos os tempos. Sim, ali, naquele grito de Jesus, encontram-se as guerras, as explorações, as injustiças, os sofrimentos, o mal infligido à humanidade de todos os tempos. Ali se encontra o grito da humanidade de hoje: o grito das guerras, de Gaza à Ucrânia e a tantas outras partes deste nosso mundo”, disse pouco depois no sermão que se seguiu à leitura da Paixão segundo São João.
Segundo Nuno Brás, “ali se encontra o sofrimento daqueles que deixam a sua terra à procura duma vida mais humana. Ali se encontra o grito dos injustiçados do nosso tempo. Ali se encontra até o grito da criação violentada...”.
“Como é enorme, intenso, dramático, pesado, aquele grito de Jesus, que, desde aquele lugar onde a tradição judaica tinha colocado o túmulo de Adão, se ergue até ao mais alto dos Céus, até Deus”, sublinha.
D. Nuno Brás centrou, assim, a homilia no poder libertador e diferenciador da oração de Jesus, no momento da morte, na cruz.
“No final, como no início, Deus, a oração - no final, como no início e no decorrer da nossa vida. Que graça maior que a graça da oração? A graça de vivermos unidos Àquele que é o sentido de tudo, do viver e do morrer, do sofrer e do rir, da esperança, do sonho e da vitória? Com Jesus, no viver e no morrer, a oração. Deus e o ser humano na sua verdade total”, concluiu.
A celebração da Paixão encerra com o Enterro do Senhor. Foi precedida de um momento de adoração e reflexão junto à imagem da Última Ceia, orientado por jovens e com a presença do bispo.