À margem de uma iniciativa de contacto com a população, em Câmara de Lobos, a candidatura do Bloco de Esquerda defendeu que as dependências “deveriam ter uma resposta de saúde pública”.
“Sabemos que há um grave problema de dependências na Madeira”, começa por referir a candidatura, recordando que “ainda esta semana soubemos que o número de jovens com 18 anos a consumir álcool diariamente duplicou entre 2021 e 2022 - com todas as consequências que isso trará em termos sociais, mas principalmente de saúde e também de saúde mental”, sublinhando que, nestes casos, “as famílias estão totalmente abandonadas”.
Tendo em conta que “não há uma aposta robusta na prevenção, como também não há soluções a que as famílias possam recorrer quando vêm os seus familiares presos em vícios verdadeiramente destrutivos”, o Bloco entende que “é necessário quebrar tabus e uma mudança de paradigma, até na forma como se olha para este grave problema”, defendendo, portanto, “a criação na Região de salas de consumo assistido, onde as pessoas dependentes possam ter acesso a uma resposta de saúde e a uma resposta social também”.
“Com uma equipa multidisciplinar que trabalha e cria relações de confiança com esta comunidade, que está excluída e estigmatizada, conseguiremos o objetivo triplo de as pessoas dependentes terem um local onde possam consumir em condições de segurança e de higiene, retirando o consumo da rua; atuará em termos de prevenção e tratamento médico, desonerando o serviço público de saúde em tratamentos e internamentos, e servirá também o propósito de promover um acompanhamento social e de reintegração na sociedade”, acredita a candidatura.
“Precisamos de uma sociedade mais humanista, que ajude as pessoas que estão numa situação de dependência e que encontre as soluções para um problema que tem sido terrível para dezenas de famílias madeirenses e portosantenses”, remata.