Numa iniciativa junto ao ‘Dubai’ da Madeira, onde estão a ser construídas dezenas de habitações, Dina Letra, número dois do Bloco de Esquerda às eleições regionais do próximo dia 26 de maio, apontou o dedo ao problema habitacional que flagela a população madeirense, embora em cada canto da ilha ‘floresçam’ novas empreitadas.
“Tal como aqui, por toda a ilha, não falta construção de habitação. Na Calheta, em Câmara de Lobos, no Funchal... No entanto, temos uma crise de habitação, que se deve principal e unicamente ao preço. Todas as habitações que estão a ser construídas são para serem vendidas a 400/500 mil euros, 1 milhão de euros e por aí a diante. Estes preços são totalmente incomportáveis, com os salários a classe média tem e que a juventude aufere”, lamentou.
Por isso mesmo, para o Bloco de Esquerda é imperativo que se atue no valor da habitação, começando pela redução dos custos das casas e apartamento, uma vez que este é o cerne do problema.
“Existe necessidade de termos políticas públicas que defendam o direito dos madeirenses a terem uma habitação que o seu salário possa pagar”, advogou, sugerindo, mormente, a criação de tetos às rendas e de moratórias à construção de hotéis e de luxo, o fim dos vistos gold e a imposição de restrições ao alojamento local, uma vez que, conforme sublinhou, estes dois últimos “têm roubado habitação aos locais”.
Dina Letra atesta que o BE tem apresentado no hemiciclo regional medidas nesse sentido, mas pediu mais coragem para enfrentar os lobbies do mercado, da construção e da especulação imobiliária.
“A política deve estar ao serviço das pessoas”, sublinhou.