O Bloco de Esquerda realizou esta manhã uma ação de contacto com a população na baixa funchalense, para exigir uma ação de fiscalização imediata no lar da Bela Vista, assim como da inspeção de trabalho com vista a aferir as “circunstâncias de trabalho e de funcionamento daquela entidade”, afirmou Dina Letra, líder do Bloco de Esquerda Madeira.
A exigência surge na sequência de denúncias recebidas, dando conta de falhas que o Bloco assume como graves.
À margem desta iniciativa, Dina Letra comentou um dos temas quentes da atualidade que se prende com a crise política na Madeira. A responsável do Bloco, voltou a afirmar que o partido defende a convocação de eleições, quando constitucionalmente for possível, recordando-se, para o efeito, que o cenário de dissolução apenas pode ocorrer depois de 24 de março.
“A Madeira, em termos políticos, está numa situação um pouco pantanosa e é preocupante a situação em que nós estamos. Aquilo que o Bloco de Esquerda disse, desde a primeira hora, é que há necessidade de eleições antecipadas. Nós, inclusive, apelámos que houvesse uma moção de censura a este Governo, quando soubemos da gravidade dos indícios que estão em cima da mesa. Os indícios que existem não dizem apenas respeito a duas figuras [Miguel Albuquerque e Pedro Calado] e é isso que nos estão a fazer crer. Isto não é verdade. Há várias secretarias que estão envolvidas e a ser investigadas no âmbito deste processo e o mesmo se passa na Câmara Municipal do Funchal, em que há vários departamentos que estão sobre a tutela de outros vereadores, que estão a ser investigados. Há uma falta de legitimidade democrática e nós queremos eleições”, sustentou Dina Letra.
Diálogo com o PS sobre a moção
Já sobre eventuais contactos com o Partido Socialista, que indicassem uma eventual ‘frente de combate’ à esquerda num cenário de eleições antecipadas – indo ao encontro das declarações ontem produzidas, aqui, por Paulo Cafôfo a assentir que está a estabelecer contactos com partidos –, Dina Letra disse que ainda é “muito cedo” para esses cenários. Mas admitiu, porém, conversas recentes com os socialistas no que concerne à moção de censura que foi apresentada pelo Partido Socialista.
“Nós já tivemos contactos com o PS para discutirmos a moção de censura que foi apresentada pelo Partido Socialista. Tivemos contactos nesse sentido, única e exclusivamente nesse sentido. Em relação ao futuro, ainda é muito cedo para saber o que vai acontecer”, asseverou.