A Ribeira Brava fez hoje uma viagem ao passado, recriando a cabotagem e as transações comerciais vividas no início do séc. XX, através de um evento realizado na frente-mar da vila, entre o cais e o mercado municipal, que marcou o arranque da Semana da Cultura 2022.
A ideia foi recordar o importante papel desta localidade no transporte de pessoas e mercadorias, quer a nível terrestre, quer a nível marítimo, através do serviço de cabotagem feito ao longo da costa, com paragem nos diversos cais e portos. O Calhau da Lapa, no Campanário, e o Cais da Ribeira Brava, este último com forte atividade entre 1904 e 1908, eram os locais de embarque e desembarque no concelho.
Esta manhã o som do búzio apregoou a chegada do barco vindo do Funchal com turistas, populares e mercadorias. As primeiras transações comerciais eram feitas no cais com a pesagem dos produtos, sob o olhar dos populares que acorriam para assistir à chegada de ilustres personalidades.
Já na vila, um mercado popular concentrava vários ofícios, artesãos e mercadores, replicando os costumes do ano de 1908.
O presidente da Câmara Municipal destacou a importância de relembrar o nosso passado e a nossa antiguidade. "A Ribeira Brava foi, durante muitos anos, um centro onde se faziam as grandes transferências comerciais entre a Ribeira Brava e o Funchal e recriar esta ação é relembrar a nossa história e aprender com ela, numa altura em que se comemora (a 6 de maio) mais um aniversário do concelho".
O arranque "em grande" destas comemorações deixou o autarca satisfeito, tendo agradecido "a excelente prestação dos figurantes e das entidades parceiras" do evento.
"Sinto-me feliz por termos mais uma atividade destas no nosso concelho que será para manter nos próximos anos", garantiu Ricardo Nascimento, acreditando que "a semente plantada hoje" é para dar frutos nestes 4 anos de mandato.
Já o Secretário Regional do Mar, parceiro desta iniciativa, congratulou a Autarquia pela recriação de parte da nossa história, que até há poucas dezenas de anos era feita com regularidade em toda a Região.
"Triste é uma terra que não se lembra daquilo que foi no passado, e importa saber o que é o presente e almejar o futuro, nunca esquecendo de onde viemos e como é que aqui chegámos", referiu Teófilo Cunha.
A recriação da Cabotagem juntou a Câmara Municipal da Ribeira Brava e a Secretaria Regional do Mar, com o apoio da Universidade Sénior da Ribeira Brava, da Casa do Povo da Serra de Água, da Escola Secundária Padre Manuel Álvares, da Escola Básica do Campanário (professora Leonete dos Reis), do Teatro Bolo do Caco e do Museu Etnográfico da Madeira.
A Semana da Cultura prossegue hoje com a inauguração da exposição ‘A Rota do Linho’ no Espaço do Artesão e a abertura oficial do certame, às 19 horas.
Até 8 de maio, o programa oferece música, arte, cultura, livros e um grande ambiente de festa.