A Economia é o tema em foco nesta edição dos Estados Gerais do Partido Socialista, uma iniciativa que volta a abrir o partido à sociedade civil e que decorre até a hora do almoço.
Paulo Cafôfo foi o primeiro a intervir neste evento, cujo coordenador é Gonçalo Leite Velho.
O presidente do PS-Madeira, que subiu ao palco eram já 11 horas, referiu que falar da Economia é falar da vida dos cidadãos, de gente que faz. E o crescimento económico só pode ser sustentável se for socialmente inclusivo, como defendeu este responsável perante uma plateia cheia numa unidade hoteleira do Funchal.
Ocasião que Paulo Cafôfo aproveitou para dizer que o crescimento económico da Região não tem constituído um desenvolvimento sustentável, gerador de desenvolvimento humano. E é preciso uma mudança, assim como permitir que militantes de outros partidos possam contribuir para quem governa.
“Vou acabar com as perseguições”, prometeu.Ainda no âmbito da Economia, Cafôfo afirma não ser aceitável que a Madeira tenha grandes recordes no PIB e altos níveis de pobreza. A culpa, conforme adianta, não é do turismo.
“Nós não queremos menos turismo. Queremos é mais economia”, afirmou. Considerando que não podemos viver à sombra da bananeira, o líder dos socialistas madeirenses criticou a postura do Governo que tem sido a da cigarra. Ou seja, no seu entender, o Executivo não está a perspetivar o futuro. “Precisamos de garantir que os números atuais possam continuar e persistir no futuro. O turismo é muito mais do que as camas que se vê. O turismo é experiência”, disse. Afirmando que não está a ser investido no turismo, Cafôfo afirmou não ser uma boa experiência, por exemplo, estar em filas para andar no teleférico ou para fazer uma caminhada pedestre.
No entender de Paulo Cafôfo não temos turismo a mais, mas um Governo a menos. O líder dos socialistas madeirenses defende que além de ser necessário diversificar os fluxos, é preciso apostar na manutenção. Defende também a importância de se receber bem. Para isso, é importante melhorar os salários dos profissionais da hotelaria, como apontou. Salários e formação são iguais a qualidade, disse ainda.Sobre a estratégia de desenvolvimento do modelo da Região, Cafôfo defendeu a importância de ser desbloqueado aquele que é o potencial económico da Região. “O que esperar do dia a seguir às eleições com o Governo do PS?”, questionou Paulo Cafôfo. E apontou um modelo económico sintetizado. Apontou para uma medida económica e financeira consistente, com investimento público. Apontou a aposta em novos setores como as novas tecnologias, a economia azul e a energia.
O presidente do PS-Madeira aproveitou a ocasião para fazer uma crítica aos que defendem o investimento no imobiliário, já que este, traz dificuldades aos que cá vivem. Ainda nesta área, disse que não iria entrar com números de habitação a fazer, porque não quer entrar no populismo. Uma indireta ao JPP, que anunciou que se for Governo, irá criar 500 habitações por ano.Nas suas declarações, Paulo Cafôfo defendeu ainda a importância de se olhar para o investimento público como algo que são as obras públicas. As obras que não são inventadas ou elefantes brancos que não servem para nada.
Falou também das políticas de Saúde, que têm falhado de toda a forma mas elogiou os profissionais que tudo têm feito para melhor chegar aos madeirenses. “Precisamos de nos aliar a quem, internacionalmente, já tem experiência. E temos de olhar para o território. Quando olhamos para a Madeira, vemos sol, mar, água e vento. Por isso, as energias renováveis correspondem a uma grande área de negócio”, sublinhou. Defendeu ainda incentivos financeiros e fiscais. Sobre os financeiros, defendeu programas em áreas estratégicas bem definidas, sendo que é preciso fazer escolhas.
“Uma fatia dos apoios tem que ser reservada para áreas estratégicas”, insistiu. Por isso, a Região deve aplicar o dinheiro onde ache que ele é mais importante e transformar a vida dos madeirenses.