Paulo Cafôfo, em conferência de imprensa realizada ao final da tarde na sede do PS, disse que convidou os partidos da oposição por diversos meios, email pessoal e telefone, para uma reunião que tinha por objetivo acertarem pontos comuns, no pressuposto de que todos querem “a mudança” de Governo.
“Não impusemos nenhum formato de entendimento, nem coligações, nem geringonças, nem acordos parlamentares, nem, muito menos, casamentos ou noivados. Isso não era o mais importante neste momento e seria sempre aquilo que os partidos quisessem”, declarou na sequência da resposta negativas que recebeu.
Na perspetiva do líder do PS, ”se há partidos que não querem participar, devem ser frontais e honestos e não andar com desculpas sobre um convite ou a forma como o convite”.
“Foi feito um convite formal, por escrito, por email, ou próprio tive o cuidado de contactar cada um dos líderes desses respetivos partidos”, sublinhou
Questionado pelos jornalistas se o convite foi feito antes ou depois da comunicação à televisão, Cafôfo respondeu: “Nós comunicámos isto na RTP e, simultaneamente, enviámos essa comunicação aos partidos”.
“Penso que não vale a pena criar novelas com a questão dos convites. Eu podia até anunciado só na comunicação social e, posteriormente, ou até uma semana depois, convidar os partidos. Não é isso que está aqui em causa. Temos de nos focar no que é importante”, reforçou.
Paulo Cafôfo enfatizou que “o Partido Socialista estava disposto e continua a estar disposto a abrir caminhos, a convergir, a estabelecer pontos de união com os partidos que querem uma mudança na Região”.
“Se não, a conclusão a que se chega, é que se andamos a criar factos só para servir de alibi e desculpa para não participarem numa reunião, em que não era passar assinar absolutamente nada. Até porque o PS não impõe nada a ninguém. Respeitamos as decisões dos partidos. Agora quero que se respeite o Partido Socialista e não se invente desculpas formais para não participar nestas reuniões”, afirmou.
Cafôfo conclui que “ou há demasiada confiança nos partidos que acham que vão ter excelentes resultados eleitorais ou, então, querem manter o que está estabelecido e querem manter o PSD e Miguel Albuquerque”.
“Tenho a certeza que os madeirenses querem responsabilidade dos partidos e a responsabilidade é que mesmo com as diferenças que têm, sejam ideológicas, seja de ideias, há pontos comuns e o ponto comum que eu julguei que era transversal a estes partidos era a vontade da mudança. O Partido Socialista convidou mas estaríamos todos em pé de igualdade”, acrescentou.
Depois de dizer que o partido continua disponível para o diálogo, quando colocado perante a eventualidade de algum dos partidos vir a fazer um outro convite ao PS, o líder socialista disse que isso seria “uma incoerência, porque aí é o interesse partidário e não o interesse da Região”.
“Quem recusou esse diálogo com o Partido Socialista porque é que agora iria, só para ser o partido que tem iniciativa, convidar o PS. Não estamos aqui para brincar aos partidos, os madeirenses não querem isso”, disse.
Vislumbrando a queda do governo e a consequente realização de eleições, Paulo Cafôfo “garantiu, por isso, que o PS irá apresentar um projeto sério, diferenciado, credível, com propostas e soluções responsáveis e com pessoas com capacidade e competência para servir o povo como este merece”.
“Da renovação prometida passou-se para a desilusão efetiva. Neste momento, Miguel Albuquerque não pensa na Madeira, não pensa no PSD, só pensa em si e está numa fuga desenfreada para a frente”, declarou no início da conferência de imprensa em que vincou a ideia de que “a única forma de provocar a mudança é votar e dar força ao PS”.