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Consumo de álcool nos jovens justifica combate constante

Data de publicação
21 Fevereiro 2024
17:19

A Secretaria da Saúde e Proteção Civil, através do seu gabinete de comunicação e literacia para a saúde, considera que o consumo de álcool nos jovens de 18 anos justifica um combate constante, aguerrido e agregador dos vários intervenientes e sectores.

Segundo a nota enviada, no final do mês de janeiro foi publicado o relatório referente ao inquérito aos jovens de 18 anos no âmbito do Dia da Defesa Nacional 2022, iniciativa anual do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) que conta com a participação da Direção Regional da Saúde (DRS), através da UCAD.

A esta iniciativa esteve associada uma intervenção preventiva que incluiu 67 sessões de educação sobre comportamentos aditivos, dirigidas aos 1 866 jovens participantes da Região Autónoma da Madeira (RAM).

Este estudo é realizado desde 2015, sendo os seus resultados muito relevantes para a monitorização do fenómeno do consumo de substância psicoativas na RAM e em todas as regiões do país.

Ao nível do consumo de álcool, na experimentação ao longo da vida, e no consumo do último ano, a RAM continua a ser a região de Portugal com os valores mais baixos do País, bem abaixo da média nacional e, inclusive, os mais baixos desde 2015. Estes resultados permitem concluir que os jovens da Madeira de 18 anos estão a experimentar e a consumir menos álcool no último ano.

No consumo recente (nos últimos 30 dias), verificamos que 59% dos jovens da Madeira consumiram pelo menos uma bebida alcoólica, ao contrário da média nacional em que 67,9% consumiu a mesma quantidade. Estes valores são mais baixos do que 2019, época pré-pandemia (60,8% na Madeira e 68,1% no País).

Destacam-se os resultados relativos à embriaguez severa no último ano e ao longo da vida, que subiram na RAM. Apesar de continuarem abaixo da média nacional e da RAM ser das regiões com melhores resultados, os valores subiram cerca de 8 a 9% em relação ao ano transato e cerca de 3% face a valores pré-pandemia.

Atenção adicional deverá recair também sobre o consumo excessivo nos últimos 30 dias nos jovens da RAM, que subiu de 4,9% para 12,2%. Apesar deste valor estar ainda abaixo da média nacional (13%) e da RAM continuar a ser uma das regiões de Portugal com valores mais baixos, é importante procurar perceber esta subida abrupta. Salienta-se que, tendo a colheita destes dados sido feita em outubro (ao contrário dos anos anteriores, em que ocorreu em maio), os consumos nos últimos 30 dias reportam-se ao final do verão, podendo assim refletir a realidade neste período específico, que merece especial reflexão e ação. Assinala-se no Verão o aumento da oferta de álcool, através dos inúmeros eventos recreativos (arraiais, festivais e outras festas temáticas), a preços muito acessíveis, complementados com promoções.

É nesta base que a DRS, através da UCAD, tem incrementado a sua ação preventiva e desenvolvido ao longo dos últimos anos, em parceria com entidades públicas e privadas, ações, campanhas e projetos preventivos ao nível do consumo do álcool (por exemplo, +Verão sem Drogas, #Vibes4unodrugs, entre outros). Tendo por objetivo o reforço da literacia em saúde, particularmente na área dos consumos de substâncias psicoativas e dependências, estes projetos têm especial enfoque nas crianças e nos jovens, no contexto escolar e contexto recreativo, pais e tutores, tecido empresarial e a comunidade, no geral.

Este estudo vem destacar que existem menos jovens de 18 anos a experimentar e a consumir álcool na Madeira, mas entre os que já o faziam, este consumo tornou-se em 2022 mais intenso e sobretudo mais frequente, o que pode ser explicado em parte, por ter sido o primeiro ano após o levantamento das restrições referente à pandemia. Naturalmente, os dados referentes a 2023 permitirão perceber se manterá esta tendência.

Atentos a esta problemática, relembra-se que o consumo de álcool ou de outras substâncias psicoativas tem impacto significativo no desenvolvimento e crescimento físico, intelectual e afetivo dos jovens, e, no geral, pode afetar a coordenação motora, a capacidade de atenção e a memória. Pode inclusive conduzir a comportamentos de risco e a ter impactos vários, que ultrapassam o domínio físico, psicológico e a esfera pessoal e estendem-se ao contexto familiar e social. A mensagem chave é que o consumo de álcool é sempre prejudicial nos jovens e em todas as idades e, em particular o padrão de consumo excessivo, justifica um combate constante, aguerrido e agregador dos vários intervenientes e sectores da nossa sociedade.

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