O bispo do Funchal alertou, hoje, os dois novos diáconos para a circunstância de se prepararem para proclamar no deserto. “Sim: na nossa Ilha verdejante, existem tantos desertos. São tantos quantos aqueles que ainda não se encontraram de facto com Jesus, mesmo que já dele tenham ouvido falar”, disse Nuno Brás na missa que decorreu na Sé, às 17 horas, e que teve a ordenação dos diáconos Diogo Sousa, da paróquia do Caniçal e Tiago Andrade, da paróquia da Nazaré.
“São os desertos de todos quantos vivem a aridez de uma vida sem sentido; os desertos de quantos não encontraram ainda a frescura da fé. Os desertos de quantos se veem perdidos por entre uma existência frívola, ainda que, aparentemente felizes e sorridentes, os desertos de quantos não conseguem viver uma vida digna”, considerou D. Nuno Brás, reportando-se ao profeta João, que gritou no deserto e cujo estilo de vida (o próprio modo como se vestia), eram um grito, uma urgência que incomodava, um som que não podia ser ignorado, que prendia a atenção de quanto o escutavam.