O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz publicou, hoje, um ‘ponto de ordem’, no qual acusa o Governo Regional de “meter a mão numa taxa que é dos municípios”.
“Não sei se se lembram o drama e a tragédia que se anunciou quando Santa Cruz decidiu passar a cobrar uma taxa turística, alinhada, aliás, com o que já acontecia em todo o mundo civilizado”, começa por referir o autarca, reiterando que esta semana “voltamos a assistir a um daqueles malabarismos tão ao gosto do poder regional”.
Na altura em que foi tomada a decisão no concelho de Santa Cruz, Filipe Sousa recorda que foram anunciados “despedimento, fim do setor do turismo e outras desgraças”.
“Daí para cá, não só não se concretizaram os cenários catastróficos que essa gentinha andou a proclamar para travar uma medida legítima do poder local, como já assistimos a várias posições vindas do partido que nos governa e dos seus amigos ideologicamente versáteis”, aponta o edil, acrescentando que “à segunda e à terça são a favor da taxa turística, à quarta e à quinta são contra, à sexta e ao sábado querem a taxa turística para eles e ao domingo normalmente descansam, talvez cansados de tanta incongruência”, critica.
A isto Filipe Sousa apelida de “instabilidade mental”, tendo em conta que depois do secretário regional de Turismo e Cultura “ter vindo a público apelidar a taxa de Santa Cruz de ‘aldrabice’, eis que inscrevem aldrabice no Orçamento Regional, prevendo uma receita de 10 milhões”.
Em suma, Filipe Sousa conclui que “Santa Cruz esteve sempre certa na sua opção de obrar a taxa turística, tão certa que agora a medida é defendida e pretendida por quase todos as câmaras, que defendem um modelo exatamente igual ao que nó idealizamos, criamos e colocamos em prática”.
“É de toda a justiça que assim sejam, mas o que já não nos tiram é o facto de termos sido pioneiros, o facto de termos lutado por aquilo que considerávamos certo, o facto de termos tido a coragem política de avançar”, remata.