Com a temática do ‘Trabalho IPSSs’, o IV painel do II Congresso Mais Social, a decorrer no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos, contou com a participação de João Pedro Tavares, presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).
Numa Economia Convergente "não se distinguem primeiro, segundo e terceiro setor, é onde todos trabalham de forma complementar", referiu o palestrante, dando conta de que a finalidade de todas as organizações é "criar valor e distribuir valor".
Neste sentido, o orador afirma que o financiador tem de entender aquilo que ONG lhe diz e a mesma tem de entender o que o financiador procura. "Não se pode olhar para o lucro com olhar desconfiado nem olhar para as ONG e achar que fazem um trabalho menor", reforçou.
"Sem as ONG a sociedade era mais pobre, menos justa, que não acolhia os que mais precisam, que não cuidava e que não a incluía", sublinhou o orador.
De forma interativa, o orador providenciou aos participantes um link e um código para aceder a um questionário. À primeira pergunta "em que setor mais trabalho atualmente?", a maioria dos presentes demonstrou que desempenha funções no setor social. Quanto ao setor em que mais trabalharam no passado as respostas diferenciaram, pelo que o orador verificou que houve quem mudasse de setor. "O setor social está a atrair pessoas de outros setores", concluiu João Pedro Tavares.
"Quem trabalha em diversos setores tem de ter a mesma ética, a mesma lógica", refletiu o orador. "Não falamos sobre o que somos, falamos sobre os outros e o tipo de experiência que queremos criar", alertou aos presentes.
"Existimos para servir, acrescentando valor", é o lema que defende o presidente da associação. "A proposta de valor é definida e qualificada por um terceiro", esclarece o orador dando conta que não deve ser o próprio a ‘apresentar’ o valor de uma determinada organização, mas sim os utentes, "aqueles a quem servimos", defende.
"Vamos pôr-nos ao caminho, vamos fazer a coisa acontecer", rematou o palestrante. "No mundo há dois tipos de pessoas, as que choram e as que vendem lenços, nós temos de ser as que vendem lenços", finalizou.
Lígia Neves