A Rua Dr. Fernão de Ornelas é a mais conhecida do Funchal. Começa junto ao Largo do Phelps e termina defronte para o Mercado dos Lavradores, um ícone da cidade, da Madeira e do Natal, mais conhecido entre a população como a ‘Festa’. É uma referência incontornável sempre que um turista, português ou estrangeiro (que não domina o GPS) pergunta a um madeirense qual o caminho para “os Lavradores”.
Por isso, é nesta artéria emblemática da capital madeirense que se encontrará hoje o seu JM e a 88.8 JMFM, a partir das 11 horas, para mais um dia do seu novo projeto, que procura compreender como está ‘de saúde’ o comércio tradicional, junto dos comerciantes.
Para não perder pitada do que nesta centralidade se passará, acompanhe o site do JM e da Improvável, onde serão partilhados vários conteúdos noticiosos, e ainda a transmissão em direto da rádio JM FM, esta última através do link: https://justweb.pt/radiojm-madeira/ .
A rua que ‘leva’ à Festa
De facto, recorde-se a Fernão de Ornelas é efetivamente uma das ruas mais festivas, onde não fosse esta um dos acessos que ‘levam’ à Festa.
Isto porque, no próximo dia 23 - o da Noite do Mercado -, esta será uma vez mais o principal acesso à mais animada tradição que acontece na cidade, nesta quadra. É por ali, que milhares de pessoas hão de circular, convivendo e partilhando as ‘Boas Festas’ com quem passa.
Não desfazendo na atualidade, é uma rua que deixa saudades de outros tempos. Os mais saudosistas ainda se lembram da loja Sino, com baldes, bacias, botas de água, entre outros artigos, encavalitados uns nos outros e expostos à porta. Lá dentro, eram um pequeno mundo de utilidades domésticas.
O cheiro a café acabado de ser moído, proveniente da Pretinha dos Cafés (loja que ainda se mantém em atividade), é daquelas coisas que a rua tem e que vive entranhada na pele de algumas gerações da população.
Quem viveu esta rua nos anos 80, lembrar-se-á de algumas modas, como a dos croissants com recheio, lançada por uma pastelaria. Uma novidade a que os alunos do Liceu e do extinto Girassol, por exemplo, aderiram ‘investindo’ aí os poucos escudos destinados ao lanche.
Sob este ponto de vista, vieram outras modas, já no século XXI, como a venda de gelados, pela Gelataria Italiana de Lourenzo, no Largo do Phelps, com filas extensas à porta, de manhã à noite.
Na nova vida da rua, estão também a dominar as atenções dos comensais, o bolo do caco e os pastéis de nata. Irresistíveis convites a uma pausa relaxante nas esplanadas.
A rua continua a ser bastante frequentada, agora com uma nova dinâmica para a qual veio contribuir o facto de ser, em grande parte dela, pedonal. Como tal, é palco de manifestações culturais e até políticas.
Os cafés ganharam mais folgo para as esplanadas, as pessoas caminham descontraidamente, entrando e saindo das lojas, sem o receio de serem atropeladas. Os estabelecimentos parecem ter maior visibilidade.
A oferta comercial é variada, com lojas de pronto-a-vestir, ourivesarias, sapatarias, oculistas, agência de viagens, fotógrafos, entre outras, sendo que esta é uma rua também habitada e com Alojamento Local.