O JPP alega que o Governo Regional continua a dever os 10 cêntimos prometidos aos produtores de cana.
O partido refere que os produtores de cana-de-açúcar estão “cansados das promessas” e da “flagrante falta de palavra” da secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, que continua sem pagar o prometido acréscimo regional de 10 cêntimos/Kg na cana-de-açúcar.
Os produtores têm recorrido ao JPP a lamentar a situação. Dizem-se “enganados pelo Governo” e não compreendem por que razão o apoio ainda não foi pago. “Este Governo, que todos os dias nos mostra um declínio irreversível, parece ter dois pesos e duas medidas”, explana o vice-presidente da bancada parlamentar, Rafael Nunes.
“Para o betão e o alcatrão, não há queixas dos empresários por atrasos no pagamento, mas para os agricultores e os taxistas, que estão há 13 meses sem receber pelo transporte de doentes do SESARAM, o dinheiro chega tarde e mal”, critica o deputado.
O acréscimo de 10 cêntimos foi uma promessa de Rafaela Fernandes e Miguel Albuquerque anunciada em plena campanha eleitoral para as eleições regionais de 26 de maio. Um valor para somar aos 40 cêntimos pagos com a ajuda do programa comunitário POSEI.
Em junho, no Parlamento, o deputado do JPP desafiou a secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente, a pagar “um preço justo pela cana-de-açúcar”, na ordem dos 55 cêntimos/Kg, valor que foi contestado pela governante.
Na ocasião, e depois de ter anunciado o acréscimo regional de 10 cêntimos, Rafael Nunes pediu a Rafaela Fernandes que o pagamento fosse concretizado no mais curto espaço de tempo, argumentando que o rendimento dos produtores de cana-de-açúcar tem vindo a reduzir-se devido ao custo da mão-de-obra, aumento do preço dos adubos e de outros fatores de produção.
Já em julho, a secretária regional, confrontada com o atraso no pagamento, desculpou-se com a falta de orçamento regional. Porém, mais de quatro meses depois do fim da safra da cana-de-açúcar, e com o Orçamento da Região aprovado há três meses, os agricultores continuam sem receber o apoio.
“É um Governo que não cumpre, escuda-se em desculpas esfarrapadas”, afirma, revoltado, Rafael Nunes. “Miguel Albuquerque e Rafaela Fernandes não conseguem cumprir com o que prometem e revelam uma profunda insensibilidade para com os agricultores e a agricultura, um setor que este Governo do PSD tem escravizado.”
“Não têm 10 cêntimos para os produtores de cana, mas estão a espatifar mais de três milhões de euros em nomeações de técnicos especialistas”, acrescenta nota Rafael Nunes, frisando que “o rendimento do produtor é baixo, mas os engenhos veem os seus ganhos aumentar significativamente todos os anos.